sexta-feira, 13 de março de 2009

O PODER À MESA DO CAFÉ



O poder é uma coisa que não deve ser subestimada. O poder delegado transporta a responsabilidade de quem delega. Não é justo colocar a cabeça na areia.

Na verdade os partidos políticos são pilares do regime democrático - que não esgotam outras formas de participação cívica - muito menos devem constituir-se em caminhos estreitos - do unanimismo, das maiorias esmagadoras, muito menos devem ser a ditadura das chamadas " minorias esclarecidas " organizações em torno de mercados de influências.

Se verificarmos a composição dos órgãos dirigentes do p.s. - à semelhança de Cavaco no tempo de 1º ministro - Sócrates está a governamentalizar o partido socialista, a apostar no culto da personalidade, a coisificar os cidadãos.

Deste modo fica mais pobre a democracia, o debate das ideias e a sociedade. As pessoas são reduzidas a eleitores, instrumentos apáticos que votam em imagens virtuais e em programas incumpridos - e cada vez menos.

As sociedades estão a ser governamentalizadas por actores mediáticos - por tribos que juram cumplicidades entre si, geram falsas simpatias e estabilidades, alicerçadas na indiferença, na ignorância e no medo das pessoas.

Por vezes é assim - à mesa do café.

Até prova em contrário.

18 comentários:

  1. e quanto mais apática a população, mais é possível de efectuar tudo a gosto desses cafés. tristes de nós

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  2. Por vezes é assim: O cidadão eleitor Tuga...

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  3. A mesa do café ou numa qualquer tertúlia, estou plenamente de acordo contigo.
    Este é o estado das "coisas.
    Gostei das "tribos"... sem ofender as próprias, as originais.

    Um abraço

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  4. "coisificar" é daqueles "verbos" que explicam muito bem o estado das coisas... passe a redundância. gostei de ler :) beijinhos e bom fim de semana!

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  5. no mediático do tempo, o in.tempo que se prolongará ainda, pelo finito dos dias findos. ainda que à nascença [...]

    um bom fim de semana.

    um abraço.

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  6. O nosso tempo está um osso duro de roer... até à mesa do café...

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  7. ... não fosse a eventual tentação de se ler aquilo a que não quero voltar (ao saudosismo de ontem) apetecia-me escrever que "já não há cafés como antes". Escrevi.
    Porque de facto, a discussão cívica da coisa política é nula. Porque de facto, este e outros governos, têm afastado habilmente dessa discussão o cidadão comum
    Porque de facto, nos dias de hoje, o café bebe-se dum trago, sem tempo de lhe conhecer o sabor.
    Ah! e também há menos cafés-cafés e mais negociatas-negociatas.

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  8. Lúcida e correcta a tua análise, amigo!
    Um beijo.

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  9. Saudades de uma Lisboa onde em certos cafés se debatiam ideias,ideais, critérios, estratégias, esperanças, visões, fomes de um mundo melhor, de um melhor país.

    Eram jovens e não só, havia sempre entre nós quem ja tivesse trilhado o caminho, descoberto a sombra, visionado a luz e que alertavam para as ilusões próprias da idade.

    Éramos jovens, tinhamos uma bandeira chamada liberdade e queriamos saber, perceber, fazer parte.


    Ainda não percebi tudo quanto aconteceu aos cafés e aos jovens que todos nós eramos.

    Mas este café, ou destes cafés de agora, não obrigada.

    Um beijo e parabéns por este grande texto.

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  10. assim vai o "nosso mundo" Eufrázio.

    triste
    mente
    um povo "manipulado" de imagens e fácil dialéctca.

    e deixamo- nos arrastar vergados pelo nada.

    _______

    um beijo

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  11. à mesa do café, do pequeno-almoço, da ceia, sei lá. desde que...

    importa pois (re)pensar. parar e (re)pensar... e obviamente denunciar e questionar. tem de ser assim? ah pois!!! Não mesmo!!!!

    abraço, estimado Eufrázio
    boa semana!
    Mel

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  12. Efectivamente, não passa de um governo de mesa de café... e "coisa" é coisa que não quero ser definitivamente!!!!!

    Beijo, Eufrázio

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  13. É importante trocar ideias. É fundamental para a evolução das sociedades. Mas a prática deve ligar-se à teoria, caso contrário, o mundo gira em torno do vazio crítico-teórico.

    Deixo ficar o desejo de início de uma óptima semana :)

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  14. Bem que ia um cafézinho agora... em chávena fria, com adoçante...

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  15. Nos cafés de hoje repetem-se os comentários dos comentadores da véspera. O sentido crítico foi-se. Tudo prêt-à-porter. E o show mediático a caucionar um poder com tentações perigosamente concentracionárias.

    Gostava tanto de cafés...

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  16. "As sociedades estão a ser governamentalizadas por actores mediáticos - por tribos que juram cumplicidades entre si, geram falsas simpatias e estabilidades, alicerçadas na indiferença, na ignorância e no medo das pessoas".
    E passivamente assistimos...
    Um abraço.

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