quinta-feira, 10 de setembro de 2020

A CADEIRA VAZIA

 





Em cardume
nos olhos dos peixes
lá estavam os pescadores

Na véspera dos relâmpagos
e outros afectos
dulcíssimos corações
clareavam as noites
e nós só podíamos fazer
o que fizemos

sentámos à mesa os ausentes
levitámos em voz alta
o sussurro das marés
recolhemos estrêlas
no chão das águas

celebrámos a cadeira vazia


eufrázio filipe

poesia



12 comentários:

  1. Fascinante de ver e ler, poeticamente falando
    .
    Saudações poéticas

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  2. Gostei, sobretudo, da ideia de sentar os ausentes à mesa e celebrar
    a(s) cadeira(s) vazia(s).

    Um abraço, Poeta, seja bem regressado.

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  3. Belíssimo poema e belíssima homenagem aos artesãos da pesca sepultados no mar 🙌
    Fica um beijinho com estima e amizade 🌹

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  4. Não me fales em cadeira vazia

    Tenho uma cá em casa
    o que me dá tanta mágoa

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  5. Maravilha, Eufrázio! Os ausentes nem precisam de cadeiras para marcar presença, mas sua colocação poética me encantou.

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  6. Comovente!
    Quem não tem cadeiras vazias ao seu lado?

    Abraço

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  7. _ o peixe, homem, a vida e a morte.
    Tão real, tão próximo, tão sentimental.
    Tim Tim à solidão das cadeiras,Eufrázio

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  8. Nunca estará vazia a cadeira onde sentas os ausentes para que vejam os pescadores nos olhos dos peixes e colham contigo as estrelas. Tão belo, meu Amigo!
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  9. Muito belo e comovente este poema!
    Cadeiras vazias sempre preenchidas pelo amor e saudade.
    Um beijinho.
    Ailime

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