terça-feira, 2 de julho de 2019

CADEIRAS VAZIAS





Em cardume
nos olhos dos peixes
lá estavam os pescadores

Na véspera dos relâmpagos
e outros afectos
dulcíssimos corações
clareavam as noites
e nós só podíamos fazer 
o que fizémos

sentámos à mesa
os ausentes
levitámos em voz alta
o sussurro das marés
recolhemos metáforas
e algumas estrelas
no chão das águas

soltámos um grito

celebrámos as cadeiras vazias


eufrázio filipe
(reconstruido9

15 comentários:

  1. Da importância de dar lugar às ausência
    (este poema é quase psicoterapeutico/picodramático)

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  2. Belíssimo poema!
    Cadeiras vazias cheias de memórias.
    Beijinhos,
    Ailime

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  3. Reservadas as cadeiras um grito convocou ausentes como outrora, ainda ganapos, eram intimados os treslidos em correrias levantavam voo na imitação dos pássaros.
    O Poeta põe-nos a fazer o pino no exercício da leitura. Belo poema.
    Abraço.

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  4. Os ausentes são sempre lembrados com carinho
    Belo lirismo neste teu poema
    Um abraço

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  5. (gosto de saber que ajudou a construir a natureza, infelizmente sou de informática, só a destruí)

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  6. Tanto que essas cadeiras podem contar. Até mesmo vazias.
    Beijo

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  7. Os pescadores: homens por vezes esquecidos na sua faina e nos seus dramas. A eles ligados, as mulheres que vivem a inquietação e por vezes choram a sua perda. Mais ontem que hoje? Não sei. Talvez a cada tempo o modo como os problemas se apresentam.

    Caro Eufrázio, gostei muito do seu poema. Para mim, focou uma realidade nem sempre lembrada.

    Abraço

    Olinda

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  8. Aceitar as cadeiras vazias é uma aprendizagem, uma necessidade, uma pacificação.
    Muito bom, o teu poema

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  9. Cadeiras vazias insinuando viagens da memória…
    Mais um belíssimo poema, meu Amigo.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  10. O vazio que nos preenche de afectos!
    Belíssimo.

    Beijinho, amigo.

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  11. e as cadeiras vazias

    e que por vezes estão (ficam) cheias de memórias

    brilhante poema

    beijinhos

    :)

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