As árvores viajam
na sombra dos verdes
um sussurro de folhas
e tu foges dos ramos
amanheces tão distante
que nem os meus olhos
descobrem os teus gestos
as árvores viajam
onde acontece a cor do fruto
no chão
e os pássaros sem amos
deixam que a sombra se rebente
meu povo
que fizeste das nossas flores?
eufrázio filipe
As árvores viajam também no canto dos pássaros que se abrigam nos seus ramos...
ResponderEliminarQuanto às flores, terão caído do regaço do povo adormecido, talvez...
Belíssima poesia de grito de alerta...
Uma boa semana.
“Que fizeste das nossas flores?”
ResponderEliminarA resposta não sei, mas gostei de ler mais um belo poema.
Parabéns, poeta!
Abraço.
Ah, Poeta, esperemos que esses tempos de manifestação do povo em massa, do século XIX que a imagem representa, tenham ficado lá bem no seu tempo. A fome e a opressão, de novo, não!
ResponderEliminarE, para que não diga que não falei das flores, elas continuarão a florir, Poeta. Sempre!
Um beijinho.
As árvores viajam
ResponderEliminarmas regressam sempre
sempre
chamadas pelos frutos
ao lugar das raízes
e das flores
e o povo que não se impaciente
(impaciência é reaccionária)
As flores murcharam. Mas não nos deixemos abater. Mais tarde ou mais cedo, a Primavera virá de novo trazendo com ela o nascer de novas flores.
ResponderEliminarAbraço
Temos que plantar mais flores!
ResponderEliminarBeijinhos, MA :)
«Há sempre alguém que nos diz: tem cuidado»
ResponderEliminar«Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco.»
Solidária com o pessoal do Cruzeiro do Sul.
Abraço cordial
~~~
ResponderEliminarÁrvores que dão fruto, pássaros que no seu esvoaçar cantam a liberdade...
As flores, frágeis, necessitam de cuidados para que perdurem para além de nós.
Abraço
Olinda
Ficaram os galhos onde se dependuram penduras da pior espécie.
ResponderEliminarO teu poema "mete-me espécie".
«Pássaros sem amos»...seremos ainda! bj
ResponderEliminarCaro Agostinho
ResponderEliminarO poema foi publicado em 2008
e deu titulo a um dos meus livros
Por vezes há comentários que se fixam mais na ilustração
que no texto- não é o teu caso - mas admito que os apoiantes de Bolsonaro e de todas as extremas direitas detestem a imagem e o poema.
Abraço
A brisa nem sempre vem de feição, mas "todo o tempo é feito de mudança". E há sempre uma asa em debandada. Belo poema!
ResponderEliminarBeijo.
Temos de disponibilizar os nossos braços para abraçar aqueles que vêm em busca do pão. Temos que ter as mão dispostas a plantar novas flores… Sempre alerta, meu Amigo.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Há dois anos estive sentada uns bons minutos frente à grande tela exposta na Pinacoteca di Brera em Milão.
ResponderEliminarO original deste quadro é extraordinário.
As figura muito menos definidas. A força... imensa!!!