quarta-feira, 12 de setembro de 2018

DULCÍSSIMA





Por falta de um sopro
no marasmo do cais
adormeciam barcos

banhavam-se em salivas
à vista dos mastros
quando amanheciam 
sílaba a sílaba 
junto ao pomar dos medronheiros
numa cadência de asas e passos

e tu adocicavas nas margens
imaculadas claridades

Com o tempo verifiquei
que eras tu 
regressada ao que sempre foste
vertebrada metáfora
a folhear um compêndio de azuis

eras tu dulcíssima
tão líquida por entre os dedos
que adormecias os barcos


Eufrázio Filipe


13 comentários:

  1. É tão sossegada esta tua metáfora...

    Diz-me
    Quando a hora de acordar os barcos?

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  2. Gostei da imagem. Quase tão bela quanto o poema.
    Abraço

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  3. Mesmo sem vento... encontra-se beleza...
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. E tinha nos olhos a verdade, o brilho cru e absolutamente autêntico dos azuis e das claridades. Outro poema que me encantou. Abraço.

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  5. Por falta de um sopro, porque o que se quer é serenidade....
    Beijo de..
    Saudade

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  6. águas que do céu azul o torna
    nas correntes paradas do olhar.
    boas margens...
    abraço

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  7. Dulcíssimo poema...
    Excelente, gostei imenso.
    Caro Eufrázio, um bom fim de semana.
    Abraço.

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  8. Vertebrada metáfora liquefeita num belíssimo poema.
    Grande abraço

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  9. Só uma mulher "dulcíssima" para adormecer os barcos…
    Uma boa semana, meu Amigo.
    Um beijo.

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  10. Uma dulcíssima metáfora poética.
    Beijinhos,
    Ailime

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  11. Que metáfora esta que se reinventa em novas roupagens. A cada maré o poema deslumbramento sobe à praia.

    Abraço.

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