UM FÓSFORO CONTRA O VENTO
Quando abri a janela
a deshoras
o mar uivava
cão lindo
no ciclo das marés
organizava sussurros
para dar sentido
a um sopro de vento
A noite estava escura
tão escura
que nem parecia noite
Foi preciso acender um fósforo
contra o vento
libertar
num traço a cores
o contorno das sombras
Eufrázio Filipe
li e reli... so sei que achei bonito...
ResponderEliminarOuço o mar inclemente. Ouço o vento. E vejo o incêndio do teu rosto...
ResponderEliminarTão belo, meu amigo.
Uma boa semana.
Beijos.
Se abrir a minha janela a " deshoras" não vejo o mar, nem ouço os seus " sussuros" transformados tantas vezes em uivos ferozes, como se estivesse zangado com a noite tão escura que " nem parece noite"; a lonjura não permite que admire a beleza dessas águas imensas e profundas, àguas que também sabem ser medonhas perante as ofensas que recebem , na claridade dos dias, no negrume das noites. Mas... posso sempre abrir a janela e acender " um fósforo" que me ajude a vislumbrar o mar longinquo; mesmo que se apague o fósforo, o "traço" azul de mar já foi gravado e na minha mente ficará pelo tempo que eu quiser; pode esbater-se, pode desaparecer com o nascer do dia, mas há mais noites...há mais fósforos; a janela continua lá e o mar também. E eu ? Não sei.... se estiver, amigo, abrirei a janela, mesmo a " deshoras"
ResponderEliminarLjndo, como sempre! Parabéns e obrigada
Emilia
Ouve-se a fúria do Mar, o desespero do Vento....
ResponderEliminarMas liberta-se o tempo, as memórias, a paixão... o desejo...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
a noite trás mistérios...
ResponderEliminaré há rostos nas sombras.
Tenho-te perdido
ResponderEliminare o que eu perco com isso
Poeta
(confesso-me penalizado por minhas ausências...)
ACHEI LINDO!
ResponderEliminarAS TUAS METÁFORAS QUE SE ENTRELAÇAM E VOLTAM COMO SUSSURROS DO VENTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
O abrir de uma janela nem sempre deixa libertar tudo o que sentimos e nos oprime. É preciso acender algo que ilumine os contornos sombrios.
ResponderEliminarBelíssimo poema.
A tela de René Magritte completa e ilustra esse traço a cores, da sua esplêndida veia poética; Caro Poeta das escarpas e dos sussurros.
Beijinho.
Muito bonito!
ResponderEliminarbjs
Há momentos assim, desorganizados entre pedaços de um quadro que não se repete... quase perfeito, mas tão perfeito que há um fragmento que não se encaixa!...
ResponderEliminarE tudo muda na próxima vez!...
Abraço
Ateiam-se incêndios com um sopro face ao mar.
ResponderEliminarMuito bonito, Poeta.
Eu, quase à tona, aprendo a respirar.
Abraço.
O mar acalma (-nos).
ResponderEliminarE colheste versos plenos de luz, caro amigo.
ResponderEliminarAté a noite os saboreou.
Beijinho.