terça-feira, 4 de outubro de 2016

PALAVRAS E OUTROS DESTINOS





A cantarolar metias nos púcaros
uma feira de barro

mas hoje estavas tão só
a apascentar azuis
murmúrios barcos
de mãos nos ouvidos

a cantarolar pintavas lábios
com os lábios
nas nossas bandeiras

mas hoje estavas tão só
imaculada inteira
a dar vida aos pássaros

Despiste-te
por um instante
no espelho do cais

só mas nunca isolada
nas tonalidades melódicas
dos mares desgrenhados

isenta de palavras
e outros destinos

Eufrázio Filipe

22 comentários:

  1. ... por vezes o silêncio tem uma cor dourada, por vezes o silêncio traz-nos de volta ao mundo, ou simplesmente ao nosso mundo, onde divagamos ...
    Um beijo n´oteudoceolhar *

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  2. Podemos estar só, pensar que não temos palavras... mas encontramos sempre um rumo, um destino no azul do tempo... E esse momento vale a vida inteira...
    Lindo...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. Boa tarde Poeta,
    Um poema azul a cantorolar nas asas dos pássaros.
    Bjs
    Ailime
    (Tenho que reler e reler este belo poema,))!

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  4. Um doce Mar de palavras, que me fez sentir mais acompanhada.

    Obrigada, Poeta.

    Beijinhos

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  5. por vezes é necessário, e urgente

    o estar só (no cais)

    beijinhos

    :)

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  6. Aos amigos queridos: deixei um pequeno mimo no meu blog como agradecimento por toda a solidariedade que recebi nestes tempos tão difíceis.
    Quando puderem, por favor, passem por lá!
    Meu carinho a todos!
    Helena

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  7. Foi quanto bastou.
    "Despiste-te / por um instante /
    /no espelho do cais".
    Sem palavras nem destinos
    tudo se tornou compreensivel.
    Cristalina verdade.

    Abraço poeta. Eu, na gravilha da curva.

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  8. Mesmo quando desgrenhados, os mares são os espelhos que melhor reflectem a beleza das tonalidades melódicas.
    Abraço fraterno poeta

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  9. Há muito que não precisa de palavras.
    E, depois de longa ausência, aqui lhe mostro um outro videopoema meu O Pó https://youtu.be/TuztHs6loYw Cumprimentos!

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  10. Há pessoas tão cheias que não cabem no(s) espaço(s)...
    Poema que vale por si e em si!
    BJ

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  11. Vim percorrendo os teus poemas com prazer.
    Ainda bem que te encontro.
    Beijinho, Filipe.

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