quinta-feira, 22 de setembro de 2016

FOLHAS DESPRENDIDAS





A pestanejar
sentámo-nos
no cais
onde as marés se aconchegam

falámos quase tudo
partimos
sábios e mudos

na mesa deixámos
folhas desprendidas
a fingir de barcos


Eufrázio Filipe

23 comentários:

  1. E quanto se aprende na linguagem dos silêncios!
    Mais um poema que me emudece!
    Bjo, Filipe :)

    ResponderEliminar
  2. tal como os barcos,

    navegam as folhas em fios de água, tudo a fingir, sim,
    mas é bonito


    um abraço

    ResponderEliminar
  3. Revelamos tudo nesse cais de silêncio...
    Sem que sejam precisas palavras....
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  4. E a vida segue de estação em estação, com diferentes momentos, vividos de diferentes modos, com pessoas que a cada momento se tornam diferentes; neste girar da roda que é a vida, paisagens mudam, os verdes amarelecem, os castanhos dominam, e as folhas, cientes da sua função se desprendem, cobrindo de dourado o cinzento das calçadas, o verde dos relvados, mas...., não esquecendo o barco lá vão algumas, ajudadas pelo vento que sopra, nele pousar ,como que dizendo que têm de novo ir, e que têm de novo voltar. Nesse vai e vem novas folhas cairão, mas outras nascerão; o verde voltará para renovar em nós a esperança de vivermos a próxima estação.
    Muito obrigada pelo belo momento e um bom fim de semana, amigo. Um beijinho
    Emilia



    ResponderEliminar
  5. reconheço a árvore donde as folhas se desprendem´.
    e os sonhos e os barcos a amadurecer, a hora de os soltar.

    e reconheço o Poeta que tão bem os canta!

    abraço amigo, meu caro Eufrázio.

    ResponderEliminar
  6. É a falar que a gente se entende...
    Excelente poema, meu amigo, parabéns pelo talento que a tua poesia sempre revela.
    Caro Eufrázio, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  7. Muito lindo. Tão simples, tão solto, tão belo! E tão bem ilustrado.

    Um artista, Mar Arável! Parabéns.

    Beijinho.

    ResponderEliminar
  8. Sente-se que as palavras se desprendem, tão suavemente, como as folhas amadurecidas, prontas para fertilizar novos rumos.
    Adorei esta doce e cúmplice simplicidade, entre a palavra e a imagem.

    Beijinhos, Poeta!

    ResponderEliminar
  9. Belíssimo poema.
    A simbiose perfeita das palavras e da imagem.
    Um abraço fraterno

    ResponderEliminar
  10. O outono é propício a este desprendimento.

    Muito belo, tudo!

    Um beijinho

    ResponderEliminar
  11. Cá estou a visitar a sua escarpa. E que beleza encontrei!
    Bj. :))

    ResponderEliminar
  12. Quando entre as palavras e os silêncios apenas os barcos nos perturbam...
    Uma boa semana.
    Beijos.

    ResponderEliminar
  13. por vezes os silêncios falam mais alto que certas palavras

    e os barcos fecham-se calados

    muito belo...

    gostei da foto que deu suporte a este poema...tenho uma muito parecida que captei um dia destes.

    boa semana.

    beijinho

    :)

    ResponderEliminar
  14. Boa noite Poeta,
    No cais onde onde a cumplicidade do silêncio se une ao desprendimento das folhas.
    Lindo!
    Bjs
    Ailime

    ResponderEliminar
  15. sábios são os ouvidos...
    nós silêncios desprendidos.

    ResponderEliminar
  16. As folhas prendem-me esta vontade de partir. Magnífico! Beijo.

    ResponderEliminar
  17. Pela fluidez que se adivinha nas palavras do poema a confluência das marés foi conseguida.
    Sublime a tua forma de dizer.

    Ainda estou na gravilha da curva.
    Até breve.

    ResponderEliminar