Ouvidos colados
neste chão de timbres
oiço o oculto coração das pedras
numa festa de raízes
respiro fundo a intimidade
da terra arada
as sementes
em novas apoteoses
de coisas simples
a sombra que se ateia
para as mãos
não perderem o sentido
nem os meus olhos
o hábito de olhar o chão
Eufrázio Filipe
18 comentários:
Até o chão tem uma história para contar...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
~~~
A sublime celebração das coisas simples,
em perspicazes metáforas telúricas...
Belíssimo, Poeta!
Bj ~~~~~~~
É o chao, a terra que nos mantem vivos, é quem nos guia...
Olhar o chão e perguntar por que é mais "oculto o coração das pedras"...
Maravilhoso!
Uma boa semana, meu amigo.
Beijos.
Lindíssimo poema!
Há quem diga que até os pássaros acreditam na salvação que emerge do chão. Por aqui, a sementeira faz-se em todas as estações, sem submissões nem linhas paralelas.
Abraço.
que belo mar
Olhar o chão e ouvir 'o oculto coração das pedras'... sentir poético que vai de encontro ao ser.
Lindo!
E que belo este mar, poeta do olhar!
Gostei que ficasse a olhar o chão...
Deu-me a chance de o olhar sem que me visse...:)
Adorei, isto!
Beijinhos, boas férias.
É do chão que brota a vida.
Olhar o chão eleva a alma do Poeta.
Sublime poema!
Beijinhos,
Ailime
Olhando o chão não se perde o pé.
Bjs
O teu é hábito é o teu mar. Ora chão ora revolto.
Abraço meu irmão poeta.
Vestidos de mar saudade, olhamos um mar de vastidão.
o olhar o chão é da cor dos olhos que iluminam até as pedras.
confesso que adorei a simplicidade do poema que nos leva a interpretar de muitas maneiras este trabalho.
mas o Poeta soube lhe dar um suporte fotográfico ainda melhor, o próprio Poeta e o mar em duas fotos excelentes.
parabéns!
beijo
:)
O chão é vida, sentir o seu pulsar é divino|
Tanta poesia nesse olhar...
Magistral!
Beijo
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