segunda-feira, 16 de maio de 2016

POR SOBRE AS ÁGUAS





No chão que pisamos
passava um rio

plasmado nos espelhos
em desalinho
exorcizando as margens

Aqui deixámos sinais
traços de luz
a morfologia do movimento

Hoje escrevo a preto e branco
à pergunta do rio azul
caminho por sobre as águas
ocupo-me do porvir


Eufrázio Filipe

21 comentários:

  1. E há
    tanto por_vir

    Aceleremos o passo
    Poeta
    Aceleremos o passo
    a caminho do rio azul

    direitos ao sul

    ResponderEliminar
  2. Uma fotografia bonita e intrigante.
    Um poema reticente...
    Abraços.

    ResponderEliminar
  3. Os espelhos... as margens da nossa vida...
    Ás vezes, escreve-se a azul; outras, fica um retrato a preto e branco...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  4. Reflexos de um caminhar que se quer seguro, sempre em frente.
    Em direcção ao que faremos por_vir.

    Beijos, Poeta!

    ResponderEliminar
  5. quando os rios secam, apenas a memória da morfologia. e do movimento...

    nunca as mesmas águas passam sob a mesma ponte.

    abraço, Poeta

    ResponderEliminar
  6. Na consonância das cores os rios sempre a correr nos desejos do poeta.

    E, se do branco e do preto
    outras hão de vir, que seja
    o vermelho a borbulhar nas vidas repartidas
    entre verdes e azuis

    Abraço

    ResponderEliminar

  7. Os espelhos refletem os sinais da alma...

    Belíssimo

    Bom resto de semana

    Bjgrande do Lago

    ResponderEliminar
  8. há dias assim, há dias em que os espelhos nos mentem dizendo verdades, ou não.

    sua forma de escrever poesia é ímpar e bela, se eu lesse um dos seus poemas mesmo sem estar assinado,sem pestanejar eu diria:

    -é do Eufrázio Filipe

    a imagem que escolheu é igualmente muito bela.

    saudações poéticas

    :)

    ResponderEliminar
  9. "Por sobre as águas" uma torrente de magnífica poesia ao encontro do Rio Azul que, como um espelho, reflecte a sua elevada alma poética.
    A imagem é de uma beleza enorme.
    Bjs
    Ailime

    ResponderEliminar
  10. No leito seco do rio só o poeta pode encontrar o azul das águas.

    Abraço fraterno

    ResponderEliminar
  11. Lindo poema.
    As aguas não voltam,
    passam e deixam saudade.
    beijo

    ResponderEliminar
  12. A cada passo que damos deixamos um sinal e levamos outros sinais; gostariamos que fossem azuis as pegadas deixadas nesses passos, mas nem sempre são; não são as que deixamos nem serão as seguintes; há sempre uma mistura de tons, pois assim é a vida, um mesclado de cores, uma complexidade de emoções. Mas há que seguir em frente, continuar a escrever a nossa passagem por aqui, mesmo que muitas vezes sejamvpalavras em preto e branco. Amigo, um bom fim de semana e obrigada pela partilha de tão bela poesia. Um beijinho
    Emilia

    ResponderEliminar
  13. Esse rio, que se chama vida, e que se move tão subtilmente, que quase não se nota...

    ResponderEliminar
  14. E transpostas a voz dos rios, tão azul como a vertigem da corrente e das palavras...
    Um beijo meu Amigo.

    ResponderEliminar
  15. apenas os poetas se podem ocupar do que ainda está por.vir

    ResponderEliminar
  16. É no mergulho das "reflexões" que se pode visionar-se um ad-vir...
    Sempre em patamares poéticos quase insondáveis, Filipe.
    Bjo

    ResponderEliminar