sexta-feira, 27 de maio de 2016

A MEMÓRIA DAS PEDRAS






É preciso ouvir as pedras
o corpo inteiro
das escarpas
beijar o chão das palavras
que falam por gestos

é preciso ouvir as pedras

grãos de areia 
moventes
por entre os dedos
que se riscam
e alumiam noites

dão sentido à luz
breve
quase perfeita
de um fósforo

é preciso ouvir
a memória das pedras


Eufrázio Filipe

15 comentários:

  1. Porque estamos igualmente a ouvir a nossa...
    Belo
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. É um lindo poema, como todos os outros que ouço. Ouço sempre com doçura, suavidade, não somente o seu, mas de tantos outros. Gratíssima!

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  3. Viajando hoje pelos textos não lidos, observo a tríade perfeita: água, luz, pedra: caminhar por sobre as águas, observar a luz fugaz, ouvir as pedras... A sabedoria do encontro com o primitivo, com o profundo. Abraços e minha admiração.

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  4. É preciso saber ouvi-las. Elas falam em silêncio. O poeta sabe. :)

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  5. Com a memória das pedras conquistamos um silêncio propício à evasão e ao sonho... Muito belo!
    Beijos.

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  6. Há palavras que falam por gestos.
    Excelente poema.
    Tem uma boa semana.
    Abraço.

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  7. As chispas que contêm em si é que nos aliam o caminho.
    Parabéns, Poeta. Que nunca te faltem fósforos para atear o lume.

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  8. otimo poema, escutar sempre porque o silencio é sabio;
    Beijo

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  9. ~~~
    As memórias definem a identidade...

    Um poema de um simbolismo singular!

    ~~~~~~~ Dias felizes, EF. ~~~~~~~~

    ~ http://avivenciaravida.blogspot.pt/

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  10. No chão das palavras,
    a nudez, a sua essência
    de gestos plenos de luz-sentir!...

    Admirável sempre a tua poética!
    Bjs.

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  11. Há pedras com vida!
    Magnifico poema.
    Beijinhos,
    Ailime

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  12. Para as ouvir, primeiro é preciso senti-las. E dizem tanto!
    Sublime!
    Bjo, amigo :)

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