sábado, 9 de janeiro de 2016

UMA FLOR VERMELHA NAS PAREDES DO CAIS



                                                                                 Cais das colunas - Lisboa






Não sei quem és
mas pelos gestos vieste por bem
rasgar o vento com as mãos
a neve dos meus cabelos
e eu cansado de florestas apócrifas
das palavras em bando
comecei a plantar árvores
vi os pássaros regressarem
em acordes
a luz das noites que não dormem


na partilha de horizontes
o amor é revolucionário
voa nos mastros mais altos
garatuja búzios de sons
intervém por causas
muito para lá das utopias
e se levanta resiste
ao pôr do sol
mesmo que os barcos entristecidos
estilhacem
nos espelhos da água
algumas pedras com vida por dentro


registo por um instante
o ar que nos move
pinto com a boca
uma flor vermelha
nas paredes do cais


eufrázio filipe (2011)

22 comentários:

  1. um cais, devia ter sempre um barco

    e uma flor vermelha no mastro mais alto ou nas paredes desse cais, sim

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  2. Quando alguém especial chega, o nosso caminho se ilumina e a nossa vida fica com mais cor.
    Belíssimo poema.
    Um abraço
    MAria

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  3. Gostei e tudo de bom, também.
    um beijinho
    Gábi

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  4. Quando se partilha horizontes, o amor vive.... Apesar das pedras e das tristezas que toldam o dia...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  5. Eu gosto de ver os barcos no cais. Mesmo que um poeta meu amigo, me diga que "um barco preso ao cais é sempre um sonho preso".
    Um abraço e bom domingo

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  6. Uma foto e um poema magníficos que erguem bem alto a voz do Poeta!
    Beijinhos,
    Ailime

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  7. Pinte-se de vermelho a flor primeira!

    Beijinhos, MA. :)

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  8. "Uma flor vermelha nas paredes do cais". Um cais de chegadas e partidas que a voz do Poeta sabe povoar de pássaros, de árvores, de búzios e de amor...
    Um poema muito belo, meu amigo.
    Beijos.

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  9. flor vermelha nas paredes do cais...
    qual flor clandestina a incendiar os barcos - festivos!

    abraço, Poeta

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  10. Daqueles encantos que vêm em sopro, em cor e em poesia: A flor vermelha.

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  11. O amor é revolucionário e se harmoniza com a tua bela poética
    de metáforas neste registro único.
    Ela (a musa), tua amada é especial, sendo o poema
    semeando os teus dias!...
    A tua poética sempre um voo além dos horizontes!!
    Bjs.

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  12. Pintor de flores vermelhas. Criador de poemas que se reflectem nas águas.

    Abraço fraterno

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  13. Muito bela, a tua poesia. Alimento, oxigénio para existir e resistir. Bem hajas, querido Camarada!
    Luís Filipe Maçarico

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  14. Sendo o amor revolucionário, amemo-nos e assim realizaremos grandes feitos nas nossas vidas, construindo um cais de chegadas.

    Abraço
    Olinda

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  15. Podemos ter o cais de barcos ancorados que descansam após a viagem e o cais da vida em que esperamos sempre a chegada de algo.

    Muito belo este poema

    Bjgrande do Lago

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  16. Como compreendo o que vento te traz
    Como a rosa que pintas no cais...

    Abraço, poeta.

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  17. Contra ventos e marés, ir... Sempre!
    Numa lufada de ar fresco, como a tua poesia.
    Bjo, amigo :)

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  18. Por aqui respiram-se sonhos.Gosto muito deste cantinho de poesia. Parabéns por essa capacidade de sonhar através da poesia e por nos incitar também a fazê-lo consigo.

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