quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

VIGÍLIA AO IMPROVÁVEL





Quando te despiste em flor
e revelaste a nudez
já despontavam as camélias

não por dádiva dos céus
na vertigem das sombras
muito menos porque o mar
se ergueu
num sussurro de azuis

tão só depurada
trazias gestos musicais
a noção de um rio
que se demora nas margens

Quando te despiste
quase inocente
numa povoação de sílabas
não desnudaste
o mais íntimo da pele

ficaste em vigília ao improvável
tão perto dos mastros
onde dardejam pássaros
e profanam metáforas


eufrázio filipe

19 comentários:

Teresa Almeida disse...

Escrito rente à sensibilidade da pele.

Miss Smile disse...

Um sussurro de inocência e sensualidade. Um mar improvável.

Majo disse...

~~~
~ Poema de elevada e tocante beleza,

sublimado à altura do momento descrito,

~~ sobremaneira especial e emotivo.


- Abraço grato pela primorosa partilha.
~ ~ ~ ~ ~ ~

jrd disse...

Belo poema.
Hoje, a beleza da poesia não necessitou de céu e mar, bastou-se a ela própria.

Abraço fraterno

Marta Vinhais disse...

E nada mais há a dizer....Porque a beleza falou alto...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

ONG ALERTA disse...

Sensível....
Bjbj Lisette.

Suzete Brainer disse...

Que bela forma de dizer o (A)Mar
em música, inocência dos azuis e
belos voos de pássaros dos desejos...
Uma beleza (invulgar) sempre
descrita poeticamente.
Bjs.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

nem sempre a nudez das metáforas é a nudez visível aos demais....

bonito poema!

saudações poéticas

beijo

:)

Laura Ferreira disse...

bonito :)

tb disse...

Bom quando o improvável acontece...
Um beijo.

anamar disse...

"Sei os teus seios, sei-os de cor... "

"camélias", bela metáfora para uma das fontes de vida e prazer.

Beijo grande
:)

Manuel Veiga disse...

poema sem mácula...

de um erotismo delicado e vibrante

como o pestanejar do rubor antes do beijo.

excelente.

abraço, meu caro Eufrázio

SOL da Esteva disse...

Perfeição em toda a linha.
Parabéns.

Abraço
SOL

Agostinho disse...

Versos em botão o poema
muito para além das camélias
A sublime beleza do momento
está na permanência velada
aos olhos incautos da inocência
o inalcançável monumento

Ana Tapadas disse...

A beleza...que começa no título e termina na última sílaba do poema.

Beijo

Ailime disse...

Muito belo, transcendente na forma delicada como utiliza as metáforas!
Beijinhos e bom domingo.
Ailime

JANE GATTI disse...

Muito belo, como sempre, aliás... Abraços, bom final de semana.

Lídia Borges disse...


Tenho andado distraída.
Metáforas azuis e outras sílabas aladas, esvoaçam por aqui, como se primavera fosse.

Um beijo

Lídia

Rogério G.V. Pereira disse...

Por vezes me pergunto
como te "sai isto" assim

como se fosse necessário
encontrar respostas
para explicar os Poetas...