Em cardume
nos olhos dos peixes
lá estavam os pescadores
Na véspera de relâmpagos
e outros afetos
dulcíssimos corações
clareavam as noites
e nós só podíamos fazer
o que fizemos
sentámos à mesa
os ausentes
levitámos em voz alta
o sussurro das marés
recolhemos estrelas
no chão das águas
celebrámos a cadeira vazia
eufrázio filipe
29 comentários:
Tão sensível e único, parabéns!
Boas festas! Meu carinho, lu.
Em metáforas de dorso ondulante como verdadeiras ondas do mar se deixam prender os homens, em cardume... E a cadeira dos ausentes, enfim, menos deserta.
Bj.
Lídia
Quantos cadeiras vazia já foram celebradas, e quantas mais serão.
Muito bonito o seu poema.
Fica um beijo.
São elas, as cadeiras vazias, que colorem as "estrelas
no chão das águas".
Lindo final de semana, sorrisos e estrelas,
Helena
Há ausências tão presentes...
Mas os ausentes estão presentes...no sussurro das marés e nas histórias da noite....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
A vida também se constrói com a celebração de ausências e cardumes de estrelas...
~~~
Tempo certo
para os dulcíssimos corações
sentarem à mesa os saudosos ausentes.
Esta sentida celebração ficou belíssima!
~~~ Beijo, Poeta amigo. ~~~
~ ~ ~ ~ ~ ~
~Ps~
Lembro a algumas leitoras que plágio é crime
e que o que aqui escrevo fica publicado.
Bonitas palavras,gostei do que li,escreveste com sentimento,o sentimento faz falta em nossa vida!! Tudo de bom,eu desejo para ti,fica bem!! http://cenasemaiscenas29.blogspot.pt
Celebrar as ausências...
Tão belo!
Beijo
Há quem mantenha uma cadeira e o prato na mesa, mesmo após a partido de alguém muito querido. É a forma física de materializar o afeto.
Um belíssimo poema, Mar.
Bjo :)
Todos nós o fazemos no interior da maré, recolher estrelas dos que nos deixaram a cadeira vazia. Assim falamos e memoriamos os nossos.
Abç
há ausências assim, tão densas que levitam...
abraço fraterno, meu caro Poeta
O Belo lê-se, sente-se e saboreia-se.
Assim é a sua poesia!
Bji!
essas ausências que tardam
e com elas entardecemos ...
bom Natal Eufrázio
Uma cadeira vazia. Uma ausência que é presença celebrada. Um cardume de homens no olhar dos peixes... Fantástico, o poema, meu amigo.
Um beijo.
Muitas vezes existe uma cadeira vazia mas que esperamos que venha a ser preenchida
A cadeira e o vazio deixado pelos que partiram numa celebração que os evoca.
Sublime poema.
Bjs
Ailime
sentar os ausentes nas cadeiras vazias...
isto comove...
acho que este é o melhor poema que já li teu, e olha que são muitos...
saudações poéticas
beijo
:)
Para si e para a sua família desejo um Natal de Luz! Abençoado e repleto de alegrias.
AG
Interessante...
Também eu escrevi um poema
a uma cadeira próximo do mar
onde ninguém se sentava
E ela chorava!
E gostei de encontrar por aqui
um tema que foca o mesmo tema!
E me senti mais acompanhada,
Abraço, Mª. Luísa
A cadeira vazia abre o lugar para se retornar.
Abraço
SOL
Uma celebração com cheiro a maresia de uma alma cheia de poesia.
Abraço
E tanta coisa se pode fazer numa cadeira.
Tão belos os sentires que flutuam...
Compreendo a cadeira vazia, existem
ausências tão presentes sempre.
Bjs.
Um negro diamante desce nos relâmpagos de dezembro.
E se a cadeira de sempre permanece intocada
cresce um fervor dentro
do peito.
Um brilho perfeito, Poeta.
Quando sentamos as ausências, nunca as cadeiras ficam vazias.
Um abraço fraterno poeta
Não há palavras.
Bj
Quase que reconheço essa cadeira. No meu coração vou preenchê-la com estrelas recolhidas do chão das águas.
Abraço
Olinda
Enviar um comentário