sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A CADEIRA VAZIA


 



Em cardume
nos olhos dos peixes
lá estavam os pescadores

Na véspera de relâmpagos
e outros afetos
dulcíssimos corações
clareavam as noites
e nós só podíamos fazer
o que fizemos

sentámos à mesa
os ausentes
levitámos em voz alta
o sussurro das marés
recolhemos estrelas
no chão das águas

celebrámos a cadeira vazia


eufrázio filipe
 

29 comentários:

  1. Tão sensível e único, parabéns!
    Boas festas! Meu carinho, lu.

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  2. Em metáforas de dorso ondulante como verdadeiras ondas do mar se deixam prender os homens, em cardume... E a cadeira dos ausentes, enfim, menos deserta.


    Bj.

    Lídia

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  3. Quantos cadeiras vazia já foram celebradas, e quantas mais serão.
    Muito bonito o seu poema.
    Fica um beijo.

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  4. São elas, as cadeiras vazias, que colorem as "estrelas
    no chão das águas".
    Lindo final de semana, sorrisos e estrelas,
    Helena

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  5. Mas os ausentes estão presentes...no sussurro das marés e nas histórias da noite....
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  6. A vida também se constrói com a celebração de ausências e cardumes de estrelas...

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  7. ~~~
    Tempo certo
    para os dulcíssimos corações
    sentarem à mesa os saudosos ausentes.

    Esta sentida celebração ficou belíssima!

    ~~~ Beijo, Poeta amigo. ~~~
    ~ ~ ~ ~ ~ ~

    ~Ps~
    Lembro a algumas leitoras que plágio é crime
    e que o que aqui escrevo fica publicado.

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  8. Bonitas palavras,gostei do que li,escreveste com sentimento,o sentimento faz falta em nossa vida!! Tudo de bom,eu desejo para ti,fica bem!! http://cenasemaiscenas29.blogspot.pt

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  9. Há quem mantenha uma cadeira e o prato na mesa, mesmo após a partido de alguém muito querido. É a forma física de materializar o afeto.
    Um belíssimo poema, Mar.
    Bjo :)

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  10. Todos nós o fazemos no interior da maré, recolher estrelas dos que nos deixaram a cadeira vazia. Assim falamos e memoriamos os nossos.
    Abç

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  11. há ausências assim, tão densas que levitam...

    abraço fraterno, meu caro Poeta

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  12. O Belo lê-se, sente-se e saboreia-se.
    Assim é a sua poesia!
    Bji!

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  13. essas ausências que tardam
    e com elas entardecemos ...

    bom Natal Eufrázio

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  14. Uma cadeira vazia. Uma ausência que é presença celebrada. Um cardume de homens no olhar dos peixes... Fantástico, o poema, meu amigo.
    Um beijo.

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  15. Muitas vezes existe uma cadeira vazia mas que esperamos que venha a ser preenchida

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  16. A cadeira e o vazio deixado pelos que partiram numa celebração que os evoca.
    Sublime poema.
    Bjs
    Ailime

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  17. sentar os ausentes nas cadeiras vazias...

    isto comove...

    acho que este é o melhor poema que já li teu, e olha que são muitos...

    saudações poéticas

    beijo
    :)

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  18. Para si e para a sua família desejo um Natal de Luz! Abençoado e repleto de alegrias.
    AG

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  19. Interessante...

    Também eu escrevi um poema
    a uma cadeira próximo do mar
    onde ninguém se sentava

    E ela chorava!

    E gostei de encontrar por aqui
    um tema que foca o mesmo tema!

    E me senti mais acompanhada,

    Abraço, Mª. Luísa

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  20. A cadeira vazia abre o lugar para se retornar.


    Abraço
    SOL

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  21. Uma celebração com cheiro a maresia de uma alma cheia de poesia.

    Abraço

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  22. Tão belos os sentires que flutuam...
    Compreendo a cadeira vazia, existem
    ausências tão presentes sempre.
    Bjs.

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  23. Um negro diamante desce nos relâmpagos de dezembro.
    E se a cadeira de sempre permanece intocada
    cresce um fervor dentro
    do peito.

    Um brilho perfeito, Poeta.

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  24. Quando sentamos as ausências, nunca as cadeiras ficam vazias.

    Um abraço fraterno poeta

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  25. Quase que reconheço essa cadeira. No meu coração vou preenchê-la com estrelas recolhidas do chão das águas.

    Abraço
    Olinda

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