terça-feira, 1 de setembro de 2015

TIMBRES DE OUTROS MARES







Neste tempo de vindimas
decepadas as videiras
temos por hábito desenhar
lábios nos lábios
um mar arável

No chão da escarpa
pisamos uvas
provamos o sangue derramado
de asas abertas
uma vida quase inteira

e assim acordamos
a fazer versos
ou quase nada
anoitecidos a madrugar
timbres de outros mares


Eufrázio Filipe
 

22 comentários:

  1. UI!!! Lindo de mais!!!! Quase se vêem as imagens!!!! Lindo!

    ResponderEliminar
  2. Belo, o tempo das vindimas, assim contado!

    Beijinhos, MA. :)

    ResponderEliminar
  3. quase nada ou quase tudo.

    essa escarpa é muito rica.

    e Setembro é tempo de vindimas.

    beijo

    :)

    ResponderEliminar
  4. São outros mares
    os das uvas douradas
    das uvas tintas
    onde
    se faz poesia
    e nascem
    mares de vinho.

    Um abraço!

    ResponderEliminar

  5. "e assim acordamos
    a fazer versos
    ou quase nada"

    Ainda que "anoitecidos", faça-se o vinho, os versos...


    Um beijo

    ResponderEliminar
  6. Um quase nada que é um quase tudo. Muito bonito :)

    ResponderEliminar
  7. Um Mar lavrado com o arado de palavras únicas!
    Quem sabe seja um Mar nunca dantes navegado?
    Que Setembro seja uma vindima farta de boas navegações.

    Janita

    ResponderEliminar

  8. Deixaste-me ébrio.
    Que néctar veio hoje à mesa pela mão certeira do Poeta!
    Tu sabes que é no vale, junto ao rio, que as uvas estão mais perfumadas.

    ResponderEliminar
  9. O mar arável como a terra das uvas...
    Um beijo, amigo.

    ResponderEliminar
  10. Quanto vinho se bebeu,
    Nesta colheita de Mar;
    E o peito se acendeu
    Sem o Amor derramar.



    Abraços
    SOL

    ResponderEliminar
  11. "mar arável" com muitos timbres, mar adentro...

    belo, meu amigo

    abraço fraterno

    ResponderEliminar

  12. E, então, a vindima transforma-se em milagre.

    Abraço.

    ResponderEliminar

  13. Um mar arável convida sempre a desenhar caminhos e a extrair o suco benfazejo da vida.

    Abraço

    Olinda

    ResponderEliminar
  14. De um mar que também é meu , te leio e saúdo.

    :)

    ResponderEliminar
  15. Mar

    Eu não te culpo!

    Mas és um lugar
    onde os mortos vão ficar!


    Mª. Luísa

    "os7degraus"

    ResponderEliminar
  16. Vi os socalcos do Douro.. Um mar arável por gentes de outros tempos
    Sempre excelente a tua poética!
    Bjo, Filipe :)

    ResponderEliminar
  17. Isso poeta, outros mares, outras marés, outros ventos....
    E depois das vindimas o néctar será mais doce...

    ResponderEliminar