Pobres rios
tão rasos
que alimentam mares salgados
na esperança de serem eternos
tão cegos os seus olhos
na vertigem da escarpa
onde quase tudo converge
num ponto
inscrito na pedra
que se não verga
Pobres rios
que alimentam mares salgados
escrevem nas margens
e desaguam
estribilhos loas cantes lonjuras
a curta metragem
de uma folha
em pleno voo
desprendida
à flor da pele
29 comentários:
Fugaz...
(Bonito, como é hábito!)
Beijinhos Marianos, MA! :)
Mas é dos rios que os mares se "alimentam".
:)
A predilecção pelo instante, o fácil ou a procura incessante do desejo.
abraço
Poema
"inscrito na pedra
que se não verga"
"à flor da pele"
(não há imagem mais bela)
é a seiva
que percorre as nervuras
que sustentam as folhas
que fazem o mar.
À flor da pele, uma folha deste outono que nos coube...
Beijo, meu amigo.
...que não se verga nem na escarpa
Por vezes somos como os rios... alimentando nossos mares... tao cegos...
Lindo!
Um abraço. :))
há momentos breves que alimentam como rios...
"Pobres rios
tão rasos
que alimentam mares salgados
na esperança de serem eternos"
Que lindo, Mar e de uma tristeza cortante.
São os rios os braços do mar... e as folhas levam os nutrientes mais longe... também pelo ar...
Pobres rios... Pobres todos nós, seres que não sabem cuidar da natureza tão pródiga e tão sabia em seus doares.
Sorrisos, estrelas, sempre!
Helena
pobres dos rios empurrados pelas margens...
antes a folha em seu cântico de queda.
muito belo.
abraço Poeta
Como sempre m poema que diz muito.
A folha caída do Outono que já
está tão próximo.
Bom fim de semana.
Um abraço
Irene Alves
«Pobres rios
que alimentam mares salgados»
Belíssimo poema!
bjs
As margem que oprimem farão do rio fio, sede...
Lídia
Um dia os rios transbordarão e invadirão as margens.
Vale esperar!
Um belíssimo poema!
Beijo
A escarpa manter-se-à incólume, resistindo às marés e à erosão dos tempos.
Abraço
Olinda
Há uma folha que, na sua beleza efémera, dança e provoca o olhar do poeta.
Mais um belíssimo poema, em época de folhas soltas.
Bjs
E se um dia os rios deixarem de correr para o mar...?
um abraço, boa semana!
Boa tarde, até o imenso oceano necessita de ser alimentado pelos rios.
Lindo poema.
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Os rios correm livremente, rasgando o seu caminho se for necessário. Não há obstáculos. No mar, diluem-se mas serão sempre água, alimento.
A folha pode desprender-se, voar mas também ser espezinhada e o filme não tem um final feliz...
Sempre originais, os teus poemas!
Bjo :)
Á flor da pele vive tudo que é rio a fluir por dentro. Sorte da poesia, ou sorte dos poetas que tem à poesia: é quando o rio pequenino que é, vira mar.
Abraços
e a pedra que não se verga....
perfeito...
:)
Há rios que são eternos!
Lindíssimo poema!
Um beijinho.
Ailime
Belo o que diz...
"uma folha
em pleno voo
desprendida
à flor da pele"
É assim esta folha de Outono!
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