segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A NOSSA ROMÃ ( 3)






Sem pátria conhecida nem fronteiras, aparentemente livres, migrantes até onde os olhos alcançam, sempre residimos nos apeadeiros da vida, a despontar do caos, silvestres conforme as estações e a noção do voo.
Foi assim que acordei a fazer versos ou quase nada, neste chão de rastos onde os sonhos sonhados se levantam nos mastros mais altos e a indignação é um acto de sabedoria contra a indiferença.
Foi assim que acordei.
Perguntei ao Dique - o meu velho cão de barro - se estava disponível para uma viagem - e ele disse que sim.
Peguei na caneta e numa folha de papel. Levei-o comigo. Fiz-me ao mar à caça de relâmpagos.
Partimos para lá da Taprobana contra o silêncio dos que vegetam destinos conhecidos, a carregar andores, a soletrar pelos dedos, a cantarolar em redor dos coretos.
Seguimos o trilho dos ventos, contra a corrente, rumo ao início dos sonhos.
Lá estavas - mais vermelha que os teus lábios.


 

26 comentários:

je suis...noir disse...

Vermelha de paixão?

:)

Brown Eyes disse...

A romã dá sorte por isso a viagem trará sorte. Tenho um cão com o mesmo nome mas, é de carne e osso. Beijinhos

Rosa dos Ventos disse...

Romã que tem as mesmas letras de amor...ao rubro! :)

Abraço

GL disse...

Sonhos que a indiferença mata.
Não há sabedoria, há egoísmo.

Suzete Brainer disse...

Neste espaço dos sonhos

de trilha libertária

a raiz da poesia

com asas

nos convida a voar...

Adorando este voo!

Maria Eu disse...

Romã, levemente rosada no exterior mas rubra de paixão no interior.

(Bonito texto)

Beijinhos Marianos! :)

www.amsk.org.br disse...

"migrantes até onde os olhos alcançam".

Essa sou eu.

bj

Arco-Íris de Frida disse...

Seguimos o trilho dos ventos, contra a corrente, rumo ao início dos sonhos.

Eu preciso disso...

Sónia Micaelo disse...

Que a tinta nunca se acabe,
para encher essa folha,
contra a corrente...

Beijo

Licínia Quitério disse...

Lindíssimo, Amigo. Nada mais a dizer.

lis disse...

Romãs_ sempre presente nos jardins do rei Salomão _símbolo de fertilidade de todos e muitos simbolismos,
seus textos comprovam a paixão que exerce essa fruta excessiva em sementes vermelhas rosáceas e bela ,
Gostei muito Eufrázio
deixo abraços

jrd disse...

Doce e vermelha lá estava ela à tua espera.

deep disse...

Bonito o texto, bonita a romã. :)

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e até onde nos levam os sonhos...

:)

Janita disse...

Bela prosa poética que nos leva muito para além da Taprobana, em busca de sonhos que quebrem silêncios, na esperança de os transpor para uma folha de papel.
E eis que ela surge...rubra e suculenta. Tão apetitosa, quanto os lábios daquele que a saborear!

Um beijo, de mar!:)

LauraAlberto disse...

vermelho
fogo
fruta, doce

Manuel Veiga disse...

continuas a ladrar à lua, meu caro...

carpe diem - bago a bago.

abraço, Poeta

Rúbida Rosa disse...

Belíssimo texto, fez-me lembrar de um outro:
"a cigarra anuncia
o incêndio de uma rosa
vermelhíssima"

Abraços Rúbidos

ana disse...

Quem atravessa a Taprobana sonha mais alto pois ganhou um horizonte maior.
Bj. :))

marlene edir severino disse...

Adoro
romãs

Beijo, poeta!

Olinda Melo disse...


E se os relâmpagos nos faltam, partamos à caça deles.De versos em punho mais altos que os sonhos sonhados, sulquemos os mares para lá do mundo conhecido,se a tanto nos ajudar o engenho e arte.

Abraço

Olinda

MS disse...

Como partindo da romã - símbolo de sorte, saúde - viajas na imaginação e fazes nascer um poema em prosa que me prendeu.

Bom fim-de-semana !

Lídia Borges disse...


Sementes de tanto!

Houvesse solo arável...

Um beijo

Ailime disse...

Só sei que aprecio a sua prosa em tons vermelhos romã. Bj Ailime

MJ FALCÃO disse...

Gostei: é uma linda romã!

Anónimo disse...

POESIA vermelha, de amor ou raiva, ajuda!
Abç da bettips
(grata pela companhia!)