terça-feira, 3 de setembro de 2013

NOS LÁBIOS DA AREIA



                                     desenho de ÁLVARO CUNHAL


Ao entardecer
um bando de pássaros
desenhou
na palma das nossas mãos
uma vida inteira

e tudo parecia
mais azul que os céus

No seu linguajar
mais alto que o voo
duas linhas paralelas aconteceram
prolongadas paralelas
que se encontram
aonde os olhos não mentem

Ao fim da tarde
tudo é mais claro

até a noite cheia
nos lábios da areia


 

30 comentários:

  1. gostei do poema e o desenho é muito bonito.

    Um beijo.

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  2. O desenho ilustra muito bem, tudo é mais claro ao fim da tarde.

    Abraço,

    mário

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  3. Muito bonito mas vai ao encontro do registo que usa com alguma frequência.
    Ai não se zangue!...

    Um abraço. :)

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  4. Quando a noite vem beijar o Mar nos lábios da areia.

    Abraço Poeta

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  5. Belíssimo poema e desenho de Cunhal! Ao entardecer tudo fica mais visível. Bjs Ailime

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  6. O entardecer encerra um ciclo, mas eu nunca quero ir...

    Sempre lindo e imenso.

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  7. Parece até que pára o tempo...

    Seria a explicação para ampliar a visão?

    Abraço, poeta!

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  8. Poesia e imagem em sincronia,

    Muito belo!

    beijos

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  9. Lindissimo o desenho de Álvaro Cunhal. Que Homem completo, este!
    O entardecer é o momento de todas as "loucuras", o momento mágico por excelência.

    Beijinho.

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  10. Pouco a pouco vou retomando o hábito da tua paisagem.

    Saudades tenho.

    beijo grande

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  11. Ao entardecer tudo se vê

    e já tudo se pode

    Beijo

    Sónia

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  12. Eu adoro fins de tarde! Este é muito bonito :)

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  13. Neste belo espaço eu posso apreciar e sentir a poesia de verdade. Abraço

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  14. o desenho do Álvaro Cunhal ilustra muito bem as tuas palavras.

    ao fim da tarde tudo pode ser mais claro, depende apenas do olhar...

    :)

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  15. Bela... e também viva, segundo me parece, essa imagem das linhas "que se encontram aonde os olhos não vêem"...

    Abraço!

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  16. Belo!
    Gostei especialmente dos últimos versos!

    Continuação de bons escritos!

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  17. Assim fossem os nossos horizontes:
    a procura incessante do ponto, onde duas linhas paralelas se cruzam na perspectiva do nosso olhar...

    Belo momento, como sempre!
    Bom fim de semana...:)

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  18. A liberdade do voo

    ao entardecer sempre

    bela aos pássaros...

    O caminho que fazemos

    ao olhar-los, nos

    proporciona acreditar

    nas nossas próprias asas...

    Sempre viajo nas tuas

    belas metáforas!

    Abraço.

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  19. É tudo tão claro na sensibiliddae dos teus versos, que a saudade de vir por aqui é permanente.

    Dar-nos a beber poesia desta é encher-nos a alma de frescura.

    Um dia, talvez não muito distante hei-de voltar a escrever. Por ora leio-vos e contemplo a beleza deste mar.

    Beijos

    Beijos, sempre.

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  20. Lindo o desenho de Cunhal e a poesia tem o linguajar próprio das coisas belas!
    O Mar vem beijar os lábios da areia em noites de Lua cheia e o impossível acontece, porque os olhos não mentem...duas linhas paralelas se encontram, no nosso horizonte imaginário.

    Beijo!

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  21. Como a paisagem se transmuda afectos...
    Belíssimo.

    bjs

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  22. Talvez exista um filtro especial ao fim da tarde :)

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  23. creio que Cunhal gostaria de ver este poema a "ilustrar" um trabalho seu. muito belo, sem dúvida.

    fraterno abraço
    Mel

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  24. Belo poema de amor! Muito bonito mesmo!

    Os desenhos de A. Cunhal são muito bons! Um homem tão duro , ao mesmo tempo, tão sensível!

    Beijinho

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