segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

OS CONTORNOS DA SOMBRA

 
 
 
 
Quando abri a janela
a deshoras
o mar uivava
cão lindo
na urgencia das marés
 
organizava sussurros
para dar sentido
a um sopro de vento
 
A noite estava escura
tão escura
que nem parecia noite
 
Foi preciso acender um fósforo
libertar das pedras
uma urze
 
os contornos da tua sombra
 



29 comentários:

  1. E a sombra liberta foi levada pelo vento de levante...
    Abracinho meu!

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  2. Os sopros de vento têm sempre sentido....

    mesmo nas noites escuras ou nas manhãs enevoadas!

    Abraço

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  3. Depois de um texto, "limpinho".
    A poesia absolutamente incontornável!

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  4. Fiquei sem palavras! Admirável este poema. Parabéns! E obrigado por poder lê-lo! Beijinho e boa noite.

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  5. sombra táctil... na febre das marés.

    abraço, meu caro Poeta

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  6. Poeta! Quem como tu escreve no espaço das marés?

    Abraço

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  7. "Foi preciso acender um fósfofo, libertar da pedras
    uma urze"

    Tarefa complexa, esta, se tão escura estava a noite.

    Um beijo

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  8. E um sopro de vento trouxe até mim este belo poema!
    Boa semana

    beijinho e uma flor

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  9. Como identificar o real? O corpo ou sua imagem retratada em sombra? Basta acender um fósforo que se revela: mulher-pássaro inundando o olhar aprisionado na escuridão... Abraços.

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  10. Belíssimo!

    (Adoro as "legendas" que deixa nas minhas fotos, obrigada!)

    Bjo*

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  11. Ainda bem que o vento estava fraquinho, ia ser complicado acender o fosforo...

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  12. Um poema com mar, marés, ventos, a cruzar uma noite escura, a lavrar sombras nas pedras. Que maravilha.

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  13. A penumbra já é escura, mas só para quem se arrisca ao vento e odor da maresia pura não precisa asceder o fósforo, só o vento... . Lindo texto (poesia pura e nua e crua)! Beijo

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  14. Lindos estes contornos em palavras e imagem. Só vi que tinha este poema hoje. Uma postagem de Ano Novo que privilegia o nascer do ano.
    Parabéns!

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  15. Que se acendam todas as luzes possíveis, há sombras a resistir demasiado à alegria cromática da esperança.

    Um abraço, Eufrázio

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  16. por vezes fico sem palavras e sinto-me muito pequena para fazer um comentário fiel à poesia do E. mas
    este poema não foge à regra do que tenho lido
    é muito bonito e só o prazer de ler estes versos

    A noite estava escura
    tão escura
    que nem parecia noite

    não há palavras...

    muito belo....

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  17. O contorno é e feito com o coração, obra dos sentimentos... Além de belo o poema, tu ainda nos brinda com Magritte, de quem sou fã...

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  18. Adoro todos os seus poemas e sigo atentamente as suas publicações

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