sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CHUVA NA BOCA DOS AMANTES






Transumantes de silêncios
filtram ventos
na folhagem
latidos de cães
nos mastros ancorados

temperam relâmpagos
com arremesso de pedras
aos pássaros

apascentam desertos
povoados de estrelas
legitimam os céus

Herdeiros de silencios
afloram
paletas de searas
dão de beber às fontes
às pedras esculpidas

à chuva
na boca dos amantes


 

22 comentários:

  1. Gostava de usar as palavras certas
    Que dessem de beber às pedras

    ...mas teu poema o consegue!

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  2. Gostava de ter engenho e arte para comentar os seus poemas. Infelizmente não tenho. Assim limito-me a senti-lo.
    Um abraço e bom fim de semana

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  3. rendo-me à tua sapiência, Eufrázio
    um abraço.

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  4. Algo de muito profundo e forte se sente, ao ler este poema.

    Bjs

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  5. Toda a fantasia e loucura,à chuva na boca dos amantes.

    Um abraço,
    mário

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  6. No silêncio dos amantes é possível sentir-se, "ler-se" tudo...
    Abracinho meu

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  7. O título, por si só, já é um poema, belo e inteiro...
    Abraços,

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  8. Mar Arável

    O título deste poema 'Chuva na boca dos amantes' e o primeiro verso 'Transumantes de silêncio' já são de si, motivos suficientes para nos quedarmos aqui enamorados das suas palavras. E nesta transumância poética acredito que até as estátuas ganharão vida.

    Abraço

    Olinda

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  9. Porque até as pedras têm sede de amor.

    Abraço

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  10. Um sabor amargo serpenteia, silencioso, por entre as estrofes.
    Senti-o.

    Lídia

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  11. Gostei da comunhão da escultura com o poema.
    Beijinho. :)

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  12. Denso

    alguns mistérios
    que tento desvendar

    Belo, belo!

    Abraço, poeta!

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  13. poema envolvente - como a chuva na boca dos amantes...

    abraço, meu caro Amigo

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  14. Eros despertando Psique com um beijo de amor, tudo aqui recende poesia, da imagem, ao título, passando pelas metáforas do poema, mas ,gostei sobretudo, da imagem que fizeste brotar de mim, nessa estrofe do seu poema:
    "Herdeiros de silêncios
    afloram
    paletas de searas
    dão de beber às fontes
    às pedras esculpidas", ninguém morre de sede quando bebe a sua poesia, Eufrázio, ninguém!

    Beijo!

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  15. latidos de cães

    a cortar o silêncio e a chuva a cruzar as pedras do mar

    os amantes

    um abraço

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  16. Gosto dos seus poemas, possui sem dúvida sensibilidade poética. Também tenho alguma poesia à espera de "sair do armário. Talvez um dia...Beijo de amizade e obrigado. leonor

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