sexta-feira, 27 de julho de 2012

ESMAIA A MARÉ E SE ALEVANTA





 
Nesta acidental praia
quase de tudo deserta
ululante
como se fosse possível
um coração de ave
tricotar areias com os dedos
no teclado das águas

Desnavegado
fui lá dizer-lhe
com voz de escarpa

hoje não quero salvar o mundo
só ajudar

A maré estava cheia
de azuis
por amor à lonjura tangível
a ressoar acordes
numa apoteose de sussurros
coada de palavras
aqui tão perto
que nem lhe posso tocar

Nesta acidental praia
esmaia a maré
e se alevanta


27 comentários:

  1. E é mesmo nesta acidental praia que lá vamos tricotando areias e sonhos...

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  2. "Nesta acidental praia
    esmaia a maré
    e se alevanta"

    Quando é que a maré de vai alevantar de novo.

    Abraço
    Rodrigo

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  3. e que assim continue...

    belíssimo poema.

    um bom fim de semana.

    um beij

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  4. "hoje não quero salvar o mundo
    só ajudar"...

    E a maré cheia
    de ruídos estranhos e confusos
    não deixou ouvir o grito de ajuda
    e continuou a passar...
    Ficou o poema no ar!...

    Lindo!

    Mª. Luísa

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  5. Vamos continua a ajudar para que seja salvo.
    Bom fim de semana

    Beijinho e uma flor

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  6. Tu marinheiro de águas solidárias.

    abraço

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  7. Chegou aqui um tanto de marulho e maresia!

    Muito, muito bom

    Abraço, poeta!

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  8. Essa acidental praia não é ao pé da Tapobrana?

    (sózinho não consigo salvar a acidental praia lusitana mas, porra, deixem-me ajudar!)

    Um abraço embalado na marés

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  9. Um poema com uma interioridade interessante e bonita.
    "Hoje não quero salvar o mundo só ajudar" (também eu :))

    Beijos

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  10. QUE MARAVILHA É MAR
    QUE MARAVILHA SÃO OS POETAS DO MAR


    "hoje não quero salvar o mundo
    só ajudar"...

    MEMORÁVEL.

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  11. há sempre uma maré que se alevanta, em cada onda que desmaia...

    vá la saber-se a força das marés!

    abraço, meu caro Poeta.

    mais um belo poema que partilhas.

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  12. nos ciclos da maré tentamos ajudar este mundo.

    lindo!

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  13. É tudo tão frágil e delicado, esse traçado das emoções tecido com os dedos do sentimento, na linha da areia, que as águas das marés, mansamente apagam...

    Belo poema, como sempre, Eufrázio; e me remeteu imediatamente à uma música, cantada por um brasileiro chamado Fagner, aqui: http://letras.mus.br/fagner/253813/

    Beijo!

    ;)

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  14. "Um vagaroso instante" poeticamente delicado e realista.abraço.

    Véu de Maya

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  15. ...A vida vem em ondas, como um mar
    num indo e vindo infinito até arrebentar na acidental praia de nossa vida.
    Beijo.
    Sigo com vc.

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  16. » Numa acidental praia», ninguém muda o mundo, mas compete a cada um de nós ajudar a mudar. Adoro a forma tecida de sentimento das suas poesias. Sublime.
    Beijinho amigo.

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  17. Belo poema!

    "um coração de ave
    tricotar areias com os dedos
    no teclado das águas"

    assim me sinto tantas vezes!

    Por vezes cansa tanto querer salvar o mundo e a maré rir-se de nós!

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  18. Sim, lindo poema: de sentido e de sons e imagens...
    A ilustração também é muito boa!
    Abraço

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  19. tão lindo
    o teu dizer com voz de escarpa:

    "... só ajudar
    que sou todo azul..."

    abraço meu, Eufrázio.

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  20. Assim esmaiada como a maré é por aqui que também passam os azuis da minha esperança, numa poesia de águas puras.

    Beijos

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