sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ACORDAR RELÂMPAGOS





Mesmo que fossemos rios subterrâneos
à sombra dos choupos
sem impecilhos de pássaros

queria um mundo
para as águas soltas
desaguarem em liberdade

transformarem pedras
em obras de arte
searas azuis
ressonâncias cúmplices
movimento de marés e lábios
no bojo dos barcos

Mesmo que fossemos rios subterrâneos
queria partilhar esta sede
acordar relâmpagos
nos mais íntimos desertos

e tudo acontecer




43 comentários:

  1. Precisamos mesmo de "abalar" as consciências adormecidas..."acordar relâmpagos"!
    BJ

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  2. E coisa gostosa é ver pequenas nascentes formando filetes de água abrindo caminhos próprios, descobrindo outros mundos, trazendo vida nova aquilo que já era pedra.

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  3. Mesmo que subterrâneos acordarão os relâmpagos.

    Um abraço,
    mário

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  4. É preciso iluminar o caminho. É urgente a luz!

    Abraço

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  5. "Acordar relâmpagos" é preciso, para que as consciências acordem!

    Beijos.

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  6. A poesia acorda-nos como um relâmpago na noite... de beleza igual.

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  7. ...e tudo acontecer, principalmente a liberdade!
    Abraço

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  8. Numa altura em que recebemos notícias acerca de acções de censura, o grito a favor da liberdade é sempre uma necessidade e uma responsabilidade.
    Obrigada por isso.
    Bom fim de semana.

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  9. Sim para além de acordar os relâmpagos,devemos acordar as consciências de igual modo,para acordarem enquanto se tem tempo,gostei das palavras.
    Abraço e bfs

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  10. a sede é a mesma
    da agora partilhada

    acordemos então relâmpagos
    e façamos acontecer

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  11. Águas transbordantes na urgência de um acontecer, rios à superfície do querer.



    Um beijo

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  12. Nem sequer temos direito à margem do rio e o ruído não nos deixa ouvir os pintassilgos! Acordar relâmpagos?! Tomara que chova!
    Como vês não tenho jeito para comentar poesia mas um abraço arranja-se sempre

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  13. Mar Arável,
    Num mundo em que querem aprisionar as águas, este grito colectivo acorda os pássaros!
    Bem haja por lembrar a liberdade!
    Bj.

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  14. Rios deixarão de ser subterrâneos; a sede já está a ser partilhada; relâmpagos irão ilumimar-nos! O poeta assim o profetisa, e quem melhor que os poetas para adivinharem o futuro...

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  15. Que o céu se rasgasse em intermitentes relâmpagos, e a luz passasse nas camadas mais abissais das águas, inundassem desertos e outro mundo (dos vossos, dos nossos desejos), mais justo, mais feliz e mais humano, acontecesse!

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  16. Dá medo acordar os relâmpagos...

    Bjs

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  17. Às vezes não sei que dizer perante tão boa poesia.

    Chego aqui e fico, leio uma, duas vezes e volto e encontro a profundidade enorme de uma cumplicidade entre o amor e a cidadania, de uma paixão entre o fulgor dos sentidos e a entrega a outras causas, onde no mesmo acto em que tudo pode acontecer, também tudo pode ser o mesmo amor, a mesma complementaridade, quando dois seres vivem a mesma entrega à Humanidade e a partilham. É difícil dizê-lo, mas lê-se e é fácil sabê-lo, quando já se passou por essa cumplicidade.

    É interessante como a sua poesia reflecte aspectos da terra a que dedicou tantos anos da sua vida, rios, choupos, barcos e tantas coisas mais.

    Saio encantada.

    Beijos

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  18. Meu amigo ainda não perdi a esperança e o desejo deste despertar.

    Beijinhos

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  19. O querer pode não ser suficiente para que as coisas aconteçam, mas é necessário.
    Excelente poema, gostei.
    Caro amigo, tem uma boa semana.
    Abraço.

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  20. Obrigada pela companhia

    http://cozinhadosvurdons.blogspot.com/2012/02/um-poema-no-almoco.html

    bjs nossos

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  21. e tudo pode acontecer...

    sempre belo o que escreves....

    uma boa semana!

    um beij

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  22. *
    é noite,
    os relampagos,
    iluminam o rio,
    que desliza com mansidão,
    para a foz do nosso desespero,
    até quando ?
    ,
    conchinhas muitas, ficam .
    ,
    *

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  23. E se tivessemos uma varinha de condão?...
    Partilho dos seus desejos, Mar Arável!
    Fique bem!

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  24. Um dos teus melhores poemas, na minha opinião.

    Abraço grande

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  25. E que tudo aconteça nesse despertar na voz poderosa do Vento...
    Um poema maravilhoso...
    Obrigada pela visita ao Minha Página...
    Até já..
    Beijos e abraços
    Marta

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  26. O meu silêncio lhe entrega beijinhos de luz e paz na vida...

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  27. E podemos. Podemos fazer acontecer... se não um relâmpago, ao menos uma pequena chama que ateará outras chamas...

    Bjos

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  28. Então não é que já somos dois a
    estar de acordo "pela 1ª. vez" com
    o V.G.M.
    Como sempre uma excelente poesia.
    Tudo de bem consigo.Desejo que sim.
    Bj.
    Irene

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  29. Os rios subterrâneos também t~em direito À liberdade.

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  30. Deixo.te um abraço, poeta, depois de ler o teu poema.

    Véu de Maya

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  31. Profundo! Belo! Como deve ser bom saber escrever assim!

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  32. O prazer de te ler é como o sol destes dias: suavidade que ameniza o frio. Bem Hajas pela luz que irradias, pelo voo magistral das palavras. Abraço
    Luís

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  33. Um Poema muito bonito ! Gostei de visitar o seu blog

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  34. ...quando somos cúmplices do poema...
    tudo acontece...


    Bom fim de semana Poeta

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