terça-feira, 12 de abril de 2011

UM RIO DE ATEAR FOGUEIRAS



Neste barco
que ainda ontem nasceu
na palma das nossas mãos
sem pátrias àvista
quase eterno
 um fio de música
dança incógnito
até nos doermos
e as águas lamberem
os nossos passos

Se o rio deixasse de correr
ficaríamos desertos nas margens
e o mar sofria
por falta de areias

mas neste barco
cúmplices até à foz
tentamos descobrir o efémero
por entre os dedos

voamos onde se precipitam as aves
e desaguamos
como se fossemos um rio
e somos
de atear fogueiras



42 comentários:

  1. Espreitei
    Entrei
    Naveguei
    E
    Desaguei
    Neste teu mar

    Bons sonhos!
    "Beijão"

    princesa

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  2. Delicado no sentir, surpreendente no dizer do que se sente.
    Tanto: gostei!
    Beijinho

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  3. Tem razão, o mar está a sofrer por falta de areias, não o seu mar que esse continua pleno, mas o mar que nos rodeia.
    Abraço!

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  4. Que linda imagem e que lindo poema. Ateemos fogueiras sempre que para tal haja necessidade.

    Bem-hajas!

    Abraço fraterno

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  5. A beleza de uma poesia que brota dos dedos e incendeia os olhos e nos faz acreditar que o limite dos homens será sempre o local onde se precipitam as aves e desaguam os rios na efemeridade dos instantes
    "e já é tanto", como diria um Enorme Senhor que muito admiro.

    Um abraço, meu amigo.
    Mel

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  6. Eufrázio
    Adorei esta poesia e o brilho de cada palavra que aqui li.
    Beijo

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  7. A foto me lembrou demais Belém-PA, onde as crianças, desse mesmo jeito, atravessam "um mar de rio", num barquinho assim, de um lado e outro, na certeza de que nada de mal pode lhe acontecer. E ainda são elas os melhores guias para descobrir os recantos das florestas.

    bjs

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  8. Um barco que sempre nos cativa e nos leva aos recantos mais luminosos da poesia.

    Um beijo

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  9. Fico assim, tipo meio parvo ao ler tanta beleza e criatividade. Fico com vontade de pegar num seu livro de poemas e me sentar à beira rio de passos parados à espera que as águas os lambam e as aves se precipitem num fio de música.

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  10. Que os rios nunca sejam efémeros! Nem a poesia...

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  11. Poema de um Poeta Maior!
    Excelente!!

    Beijos.

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  12. Assim foram os intrépidos marinheiros de antanho!
    Hoje... só procuro o amor!

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  13. Eis uma via sem restrições onde todos os sonhos podem ser acalentados.
    Excelente poema.

    Um abraço

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  14. Às vezes somos tão líquidos em nossos sentires tantos, que bastamo-nos como o oceano que somos!

    Lindíssimo poema!

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  15. Um rio de atear fogueiras, é o que encontro sempre neste espaço.
    Fogueiras de amor, de liberdade, de dor e de luta - fogueiras da vida!

    Beijinho
    Branca

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  16. Fogueiras ateadas em corpos que se amam...
    Um beijo.

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  17. Cúmplices no amor, com a poesia, sim

    ... e também na indignação dos diques.
    Abçs

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  18. La poesía es la que le da ilusión a la vida y los niños también, es por eso que yo deseo su felicidad y una vida llena de amor PARA ELLOS...LOS DULCES NIÑOS...ANGELITOS CAIDOS DEL CIELO.
    Besitos para ti mi amigo querido.
    mar

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  19. Suas águas se confundem e se fundem.


    mil beijos!

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  20. As ondas encantatórias de um percurso/vida a dois. Muito belo...

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  21. Maravilhosa poesia incendiar as areias como sentimento em corpos apaixonados. Lindo. Beijinho

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  22. LIndo barco e rio, o curso fica ao desejar do ser.


    A árvore não prova a doçura dos próprios frutos, o rio não bebe suas próprias ondas, e as nuvens não despejam água sobre si mesmas: a força dos bons deve ser usada para benefício de todos. Sábios Hindus

    Abraço.

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  23. Deixei-me simplesmente levar pelas águas do teu poema. Lindo como sempre!

    bjos

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  24. 'até nos doermos' de tanta poesia. lindo!

    Beijo, Poeta.

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  25. carinho para ti aqui:

    http://meusamigosseusmimosmeusencantos.blogspot.com/

    com beijo e sem fogueiras :)

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  26. Volto para desejar bom fim de semana e deixar um abraço pela partilha de bons momentos poéticos, tantos e tão bons que aqui encontro e por tantas e justas lutas.
    Beijos também.
    Branca

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  27. Quase força vulcânica desaguando nos versos (teus)!

    Sempre o meu encanto!
    Abraço

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  28. Lindíssimo poema, em que nos deixamos levar neste rio de poesia constante... gostei mesmo muito! Abraço

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  29. Sem rio não haveria margens nem mar... e barcos, muito menos...
    Excelente poema. Gostei.
    Boa semana, um abraço.

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  30. Mesmo que moribundos por falta de areias, corram juntos todos os mares,em cumplicidade, abraçando rios e outras águas para que o fogo não se extinga.

    Um abraço, Eufrázio, com os votos de uma doce e serena Páscoa.

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