oleo de John Waterhouse
Cansado dos pássaros apátridas
dos cães dulcíssimos
das pedras estateladas
no chão da azinhaga
e do pó que se levanta
das palavras
dos pássaros
dos cães
meti-me ao mar
para te roubar um beijo
afundar um barco
nos teus olhos
e regressar ao cais
de mãos vazias
Amanhã tentarei
recuperar nos escombros
o sinal que deixei gravado
na gávea
o brilho dos corais
Sinais há
ResponderEliminarque deixam sulcos tão profundos
que nem os escombros podem apagar
Beijos
Maria José Bravo
Ler-te no silêncio da noite...
ResponderEliminarEis-me aqui.
Beijos salgados
Quando os corais se passeiam em nós!
ResponderEliminar"afundar um barco
ResponderEliminarnos teus olhos
e regressar ao cais
de mãos vazias"
Não costumo retirar partes de poemas do seu contexto. Mas encontrei aqui qualquer coisa de premonitório.
Caro Eufrázio
ResponderEliminarDificilmente se consegue recuperar nos escombros os sinais que se deixaram gravados, sim acho mesmo que só nos resta voltar de mãos vazias. Palavras sábias muito actuais.
Abraço
A beleza de uma escrita que rasga a terra e brota, luminosa, coralina, como um alerta, num país de azinhagas e onde, pobres de nós, (não) "levantados do chão", perdemos dia-a-dia, hora-a-hora, os sonhos e a capacidade de subir à gávea e ver mais longe, ou descer em apneia e ver mais fundo.
ResponderEliminarTalvez seja necessário a retoma do mar, do espaço marítimo, onde, no brilho dos corais jaz uma pátria que beijamos às mãos cheias.
Fraterno abraço meu amigo,
a minha gratidão pela partilha
Mel
Parabéns
ResponderEliminarpor mais este belo entrelace
de palavras e sentimentos.
O desânimo que vejo nele
acaba por me preocupar
Apetece-me dizer-te
"de mãos vazias"
mas coração cheio
quando no teu mar
alguém nele consegue
navegar
até às profundezas
ou subir à "gávea"
para decifrar o teu sinal
ou sentir o aroma
do teu beijo roubado.
beijo
princesa
Qualquer dia nem os corais brilham!
ResponderEliminarAbraço
Triste e belo. Um naufrágio.
ResponderEliminarAbraço Poeta
Um passeio que sempre fazemos.
ResponderEliminarÉ a nossa eterna procura!
Sempre de um lirismo estonteante, melacólico, mas tão e tão belo!!! Amo algumas palavras recorrentes em poemas teus. Palavrs que nunca usei e, quando as encontro, meus olhos brilham.
ResponderEliminarBeijos,
Afundar no olhar e perder o "rumo"...
ResponderEliminarBeijito.
às vezes é necessário "ir ao fundo e voltar"...
ResponderEliminarAs mãos, afinal, não regressaram vazias...
ResponderEliminarAquele abraço, meu caro!
No final encontra-se o brilho dos corais... e isso é que importa!
ResponderEliminarSe conseguiste deixar gravado já é tanto...
ResponderEliminarCaro Eufrázio;
ResponderEliminarA vida e o amor são feitos de sinais, que se perdem e, às vezes se recuperam no "brilho dos corais".
Gostei imenso deste poema.
Um forte abraço.
ººº
ResponderEliminarGostei da poesia ...
O brilho de cada palavra.
ResponderEliminarBjs*
Há que voltar do chão de escombros. Que o brilho dos corais nos alimente.
ResponderEliminarMuito bonito, como sempre, caro Eufrázio.
Tentar e regressar de mãos vazias não é coisa fácil de digerir. Continuar a tentar, ainda assim, é já o reflexo da recuperação, o próprio "brilho dos corais".
ResponderEliminarÉ um verdadeiro prazer ler os seus poemas.
ResponderEliminarsinais tatuados. á flor do desejo...
ResponderEliminarabraços, caro Poeta.
Esbelto, moderno e belo
ResponderEliminaro seu poema!
Um abraço
A arte de bem fazer poesia e de nos encantar neste seu versejar incomentável de tão rico, porque nestes verso cabem tantos dizeres, tanto sentimento...
ResponderEliminarBeijos
Branca
Porque amanhã é outro dia...
ResponderEliminarUm abraço
... posso divagar?!..... :))
ResponderEliminara tua poesia é sempre tão linda, que apetece vesti-la, olhar no espelho e perguntar: "achas que me fica bem?!"
nunca regressamos de mãos vazias, quando nos metemos ao mar.
particularmente se o mar for assim como este teu.
aposto que não encontrarás o sinal que lá deixaste...
:)) beijinho, Filipe.
Talvez o regresso seja feito de mãos vazias, mas com a alma cheia.
ResponderEliminarBoa semana!
Também encontrei brilho nas palavras.
ResponderEliminarNem sei que diga, a não ser que fiquei encantado.
ResponderEliminarAbraço
é bonito o seu poema
ResponderEliminarrasgado nas palavras
nos pássaros
nos cães
um abraço
manuela
meteu-se ao mar e ele secou. há poetas com tanta sede!!!
ResponderEliminarUm abraço entre versos
Nos corais, todos os sinais gravados serão vida, se for isso que quisermos.
ResponderEliminarUm abraço
Os corais é que sustentam o oxigênio.
ResponderEliminarNo sentido literal e figurado.
Beijos roubados... Só para deixar um sinal de que foi até ali. Mas só até ali.
ResponderEliminarPoeta
ResponderEliminarEu cheguei vazia e vou cheia de palavras ditas...na imensidão do mar.
Beijinho
Sonhadora
No fundo, já estamos... oxalá não tenhamos perdido a capacidade de apreciar os corais! Então, não voltaremos de mãos vazias!
ResponderEliminarAbraço
os corais
ResponderEliminare
um beijo salgado
gostei!
beij
(o brilho dos corais que refulgem o dos olhos de quem olha)
ResponderEliminarLindo poema e a pintura é brilhante!
ResponderEliminarAdorei teu blog e estou a seguir-te; caso queira seguir-me também, este é o meu blogBlog Pessoal
http://asvozesdomar.blogspot.com/
Abç!
O Eufrázio nunca regressa de mãos vazias...
ResponderEliminarTem as dunas, as escarpas, os pássaros, as serras, as flores, as oliveiras, as ondas, os espelhos, as pedras, etc...
Penso que nunca conheci um poeta com as mãos tão plenas...
As suas mãos dançam, ao vento com o sabor das açucenas...(silvestres)
Maravilhoso!