Quando sereníssima repousas
os lábios no baloiço das marés
desvendas silêncios
indícios de asas
respiras por todos os póros
um sopro de chamas
a dardejar no cais
Quando os céus tresmalham na ria
trazes castelos de vento
e outras paragens
afagas a paisagem
como se olhasses pela primeira vez
a correria dos marnotos
no espelho das marinhas valentes
Quando repousas os lábios
nesta folha de papel
ficas assim
a preto e branco
mais indecifrável que as velas dos moliceiros
a colher destinos
na palma das mãos
desejos antigos
de construir barcos
que saiam a barra
"desvendas silêncios
ResponderEliminarindícios de asas
respiras por todos os póros
um sopro de chamas
a dardejar no cais"
Sopro que chegou aqui no quintal, Eufrázio!
Um abraço,
marlene
"(...)Quando repousas os lábios
ResponderEliminarnesta folha de papel
ficas assim
a preto e branco
mais indecifrável que as velas dos moliceiros
a colher destinos
na palma das mãos(..)"
que dizer?é tão belo tudo que sai dessa tua alma.
beijos
Ana
Beleza pura:
ResponderEliminarafagas a paisagem
como se olhasses pela primeira vez
a correria dos marnotos
no espelho das marinhas valentes
Beijos,
Teremos (mesmo) alma de navegadores?
ResponderEliminarBeijos.
É isso.
ResponderEliminarNão podemos só construir barcos que não saiam a barra mas,destes também.Sem uns não será possível construir os outros.
Um abraço,
mário
Caro Eufrázio
ResponderEliminarEm tempos de grande inquietação a poesia é um excelente "calmante" para aguentarmos. Expecialmente quando se trata daquela em que podemos ler, reler e encontrar sempre uma nova interpretação.
Viva a poesia
As palavras têm o dom de encantar nossa alma... E quando elas falam!!! A poesia é magia Eufrázio! Adorei.
ResponderEliminarBeijo
Li este poema e chorei...nem sei porquê...
ResponderEliminarLindo
É bom que os barcos "saiam da barra", pois, significa partir.
ResponderEliminarAbraço!
E os barcos sairão
ResponderEliminarpela força dos desejos.
Beijo.
Uma ternura desejosa perpassa por todo o poema de uma forma subtil...
ResponderEliminarA preto e branco, como melhor se disfarçam os sentires.
ResponderEliminarSe a barra for a do Tejo, que o barco apague, à sua passagem, o velho do Restelo.
ResponderEliminarAbraço
Escrito na margem esquerda do rio, com a inspiração e o talento habituais.
ResponderEliminarForte abraço, meu caro!
assim a preto e branco
ResponderEliminarcomo a leitura de um destino
na palma das mãos
um beijo
manuela
Poeta-navegador, quem como tu navega as palavras mar adentro!?
ResponderEliminarBelíssímo!
Um abraço
"desejos antigos
ResponderEliminarde construir barcos
que saiam a barra"
Belíssimos versos. Ás vezes, precisamos de ventos de feição e, necessariamente, de um bom leme. A montante de tudo isto, é imprescindível a coragem de desejar, de construir e de sair.
Poeta
ResponderEliminarPor vezes os silâncios falam tanto...e esperam tanto.
Como sempre emoção.
Beijo
Sonhadora
Que se cumpra então o destino dos barcos: sair a barra, criar asas!
ResponderEliminarE o que me disseram estas evocações dos marnotos e dos moliceiros... fiquei com vontade de ir respirar sal...
ResponderEliminarCaro Eufrázio;
ResponderEliminarBELO poema; e os meus olhos viajaram através da minha amada ria (Aveiro); os meus ouvidos escutaram o seu inconfundível marulhar; as minhas narinas saborearam o cheiro a sal e a moliço.
Um forte abraço.
Belíssimo!
ResponderEliminarUm abraço
A preto e branco, indecifráveis, tantas velas... tantos barcos.
ResponderEliminarBelo,
sempre singularmente belo!
Um beijinho
"desejos antigos"
ResponderEliminarQue se construam barcos
Que se construa então o destino
de sair a barra
(eis o que me sugere o teu poema, poeta)
Eufrázio,
ResponderEliminarexistem textos (poemas) que nos silenciam, sereníssimos,
que nos apaziguam de ventos
a quebrar asas
e cascos
e mastros desgovernados. E que nos fazem acreditar que o belo existe concomitante com o íntegro do ser humano.
Um abraço. A minha ENORME admiração, honrada na sua estima.
A reler, pela enésima vez.
Mel
Que coisa linda de se ler!!!! loquaz e criativos versos, parabéns sempre. TROVANDO , novo blog, veja se gosta.
ResponderEliminar... foi... "escrito na margem esquerda do rio" (in Torquato), mas sempre com duplo sentido!
ResponderEliminarsão as tuas palavras belas e pela metade decifraveis...
mas... que amanhã todos os barcos se façam ao mar da justiça..., apesar de eu, de algum tempo, inexplicavelmente, me ter "feito" aos mares da pouca fé...
saberemos construir barcos?!...
beijos tantos Mar!
Lindo
ResponderEliminarBjinhos
Paula
Esse podia ser o olhar e o respirar de uma belíssima cidade; verdadeiramente navegável e acolhadora. Transporta consigo tudo quanto aqui se diz e transporta-nos com ela quando temos o privilégio de a visitar.
ResponderEliminar(Um abraço reconhecido.)
(lábios que anunciam o nascimento de um novo mundo!)
ResponderEliminarNão podemos deixar os barcos parados.Foram feitos para zarpar e a barra deixar.
ResponderEliminarLindo, amei!
Mil beijos com carinho!
Um beijo e...o
ResponderEliminarCONVITE
A Direcção da Casa de Angola tem a honra de convidar V.Exa. para a apresentação do livro
Caminhei&caminhando de Lili Laranjo, bem como a inauguração da exposição de pintura da mesma autora intitulado Angola no meu coração a realizar no dia
8 de Abril pelas 17h, que terá lugar no nosso auditório.
Na mesma data organizamos um jantar no nosso espaço gastronómico.
Para reservar queira por favor contactar os nossos serviços.
Com os nossos melhores cumprimentos
Miguel Sermão
Egidio Feijó
Departamento Cultural
Travessa da Fabrica das Sedas, nº7
1250-107 - Lisboa
Telef. 21 386 3496
( Este Convite é um pedido para ter os amigos e os amigos dos amigos.. o jantar será caldeirada de cabrito e a preço económico.)
O ciclo das marés, os barcos a navegar em ondas revoltas tudo te remete aos poemas. Delícia de navegar sobre tais escritos.
ResponderEliminarComo um cais de partidas e chegadas... Belíssimo poema!
ResponderEliminarUm beijo, amigo.
...e partam em descobertas de nós, enquanto o poema é o leme:-)
ResponderEliminarBelo.
Palavras que brilham como estrelas nas noites de céu limpo. Palavras que iluminam a rota dos barcos que recusam as amarras e arriscam a viagem sem medo dos "castelos de vento".
ResponderEliminar"Navegar é preciso"
Lindo!
L.B.
Que surpresa agradável, esta, de encontrar o meu antigo presidente por aqui e ainda por cima, iniciar a leitura do seu blogue com este magnífico poema. Obrigado Eufrázio, por tudo o que tem sido e por tudo o que continua a ser.
ResponderEliminaruma cadência de imagens sempre belas a afagar-nos a sensibilidade.
ResponderEliminargrata
Rosário
poema desfolhado pétala a pétala. como barcos que se cumprem na viagem. e no corpo das marés.
ResponderEliminargostei muito. excelente.
abraço, caro amigo.
Não vim colher destinos, mas poemas.
ResponderEliminarE eis que levo muito mais que palavras.
Um abraço
"Quando repousas os lábios
ResponderEliminarnesta folha de papel
ficas assim
a preto e branco
mais indecifrável que as velas dos moliceiros"
Magnífico, gostei imenso.
Abraço.
Navegar neste teu mar
ResponderEliminarquer seja num veleiro
quer seja num barco
apenas com mastro
Ou num moliceiro
em plena ria
reforça-nos a alma
apela à criatividade
fortalece-nos o sentir...
Sem marmotos
aportamos
no cais da esperança
ou saímos da barra
para construir
outros barcos.
Saudades
princesa