nos contornos e nas arestas
ancorada nas marés
em chama viva
a entrar pela casa vazia
sem desistir dos silêncios
a resistir mesmo quando doem
os passos e as pontes
fez-me pedir ajuda
a um cântaro de água fresca
às pedras que cantam e tropeçam
nos pés das videiras
Foi assim que nos despimos
e vindimámos
para os barcos cumprirem
o seu efémero destino
As uvas morreram nas tuas mãos
mas o pão cresceu nas nossas bocas
Muito belo!
ResponderEliminar...o pão cresceu
doce sabor.
Meu querido Poeta
ResponderEliminara entrar pela casa vazia
sem desistir dos silêncios
a resistir mesmo quando doem
E por vezes como doem
Beijinhos
Sonhadora
Da aparente simplicidade da vida e das palavras. Da profunda beleza!
ResponderEliminarpoesia com sabor e aroma a mosto a uva e outono.
ResponderEliminarse algo morre para dar lugar ao pão, que assim seja.
gostei muito deste poema
um beij
Ás vezes, assim é: precisamos de perder e de nos despir para que se possa cumprir um destino maior. E não me escapou o plural usado pelo poeta: o apoio e a presença dos Outros é uma condição essencial à transformação.
ResponderEliminarObrigada e bom Domingo!
Levo-o para ler,também,aos bichos.
ResponderEliminarUm abraço,
mário
Delicioso poema!
ResponderEliminarUm despertar dos sentidos numa tela que apetece beber... e entornar!
Este saciou-me o corpo e a alma!
Parabéns!
Beijinho
Belíssimo!
ResponderEliminarQuando o pão e a água são a fome e a sede e tambem o amor.
Pão a crescer na boca é do que precisam centenas de milhões.
ResponderEliminarAbraço
Caro Eufrázio;
ResponderEliminarPoema de excelência, onde as palavras vagueiam num imaginário dolente e terno.
Gostei imenso.
Um forte abraço.
Sempre um prazer ler-te!
ResponderEliminar"sem desistir dos silêncios"
Beijo e bom domingo.
Não.
ResponderEliminarO pão não cresceu nas nossas bocas
mas sei o porquê dessa ilusão
as boca apequenaram
fazendo parecer maior o pão
É bom haver mistérios...
ResponderEliminarem meio das marés e das dores, não desistir do silêncio, encontrar a »água fresca», a vindima, ao amor, para que a vida se cumpra e o pão cresça.
ResponderEliminarfabuloso poema, de esperança e fé no amor como impulsor de vida e destino humanos. belíssimo!
Excelente poema. Gostei imenso.
ResponderEliminarO final é um achado poético.
Boa semana.
Um abraço.
"Indecifrável"....mas perceptível
ResponderEliminar"Sem desistir dos silêncios"...
...silenciando
"Fez-me pedir ajuda"...ao cão de barro
"às pedras que cantam e tropeçam"...
...juntei um cristal
E, para "ver-te", ...
...entrei
pela casa dentro
cheia de luz e caminhos
"indecifrável"...mas provável
exibi o meu sentimento
o meu apreço!
princesa
sublimes palavras
ResponderEliminarmarcadas no sentimento indelével
de por quem cá passa
cumprimentos
Que o pão cresça assim, em todas as bocas .
ResponderEliminarbeijos
do pão. e do mosto...
ResponderEliminare do fermento das palavras
belas.
abraços, Poeta
Magnífico.
ResponderEliminarUm abraço
Das mãos e das bocas, a fértil colheita de todas as marés!
ResponderEliminarEspecialmente belo...
Um abraço
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ResponderEliminar...e todas as fomes foram saciadas!
Muita intensidade em seus versos... Versos que a alma sente!
Beijos de luz e o meu carinho!!!
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E ficou um bom sabor.
ResponderEliminarpalavras belas, e se as uvas morrem, para renascer o pão nas bocas,que assim seja.
ResponderEliminarbeij
Que lindo...
ResponderEliminarBjo*
Tus poemas me llenan de sensibilidad.
ResponderEliminarBesos para ti y todo mi cariño.
mar
Agora não há fome nem sede por saciar... Sempre as palavras certas para falar de amor.
ResponderEliminarUm beijo.
Mais um poema lindo, lindo.
ResponderEliminarUm abraço para ti.
Lindo poema. Gostei muito, mesmo muito de o ler.
ResponderEliminarAbraço
No (re)encontro do essencial nos saciamos...
ResponderEliminarGosto sempre!
Abraço
Estas são palavras para ler e sentir.
ResponderEliminarBelas como sempre, deixam as emoções à solta...
Dizer que gostei é repetir-me... mas insisto.
Beijo
gostei muito, eufrázio. a tela acima é lindíssima! e o poema assenta-lhe bem :) um grande beijinho*
ResponderEliminarSempre aquela simplicidade nas palavras-vida, extravasando ternura e sentido, com imagens plenas de harmonia e significado - uma sinfonia maravilhosa, amigo!
ResponderEliminarAbraço
PS: Há algumas alterações nos meus blogues (agora são três) - agradeço sua visita e actualização.
Na minha galeria de selos, indiquei este seu Blogue para o prémio "Dardos" - espero que aceite este mimo que, sinceramente, acho bem merecido.
Estimado Joaquim do Carmo
ResponderEliminarGrato pelo gesto simpático
solicito-lhe que me permita
não aceitar exibir mais esta medalha.
Creia-me grato
Abraço
O pão e o vinho: o milagre.
ResponderEliminarbj
Passei para conhecer seu blog
ResponderEliminarMe encantei...
Se permites, aqui voltarei sempre.
Te sigo com carinho
Preciosa Maria
Sempre saciante reler...
ResponderEliminarUm abraço
"Ver-te assim tão indecifrável
ResponderEliminarnos contornos e nas arestas
[...]fez-me pedir ajuda
a um cântaro de água fresca..."
quem, além do senhor, seria capaz de encontrar ajuda na simplicidade de um cântaro? e, humildemente, pedir-lhe a ajuda?...
por estas e por outras, não me canso de repetir: do mais singelamente belo que conheço, o seu canto.
bem-haja, Eufrázio. e mil obrigadas por me ter depositado este livro em mãos e, dessa forma generosa, possa eu, livremente, beber desta poesia límpida.
Fraterno abraço
Mel
E tem as palavras que são palavras-comida.
ResponderEliminarAlimento da alma, da pele e do que mais for vida.
Cheguei aqui e fui bem servida!
Obrigada pelo banquete estelar!
Belíssima imagem, esta, da humildade e da partilha feitas pão.
ResponderEliminarCaro amigo
ResponderEliminarAlegra-me que tenha ficado agradado com o meu gesto, em especial porque, com ele, apenas pretendi mostrar o quanto aprecio seus escritos.
Isso me basta, pode crer!
Abraço