quinta-feira, 2 de setembro de 2010

BREVE SEARA





Quando na limpidez dos silêncios
esculpida no espaço
dançaste em pontas
num palco de areias
por sobre as videiras
mais leve que o vento
eterna por um instante
despida de tudo
neste mar de terra arada
eu já tinha a tua sombra
projectada num lençol de linho
só me faltava a luz em arco
construir pontes
para não ferir as águas
Eu já tinha a tua sombra
quando em silêncio
as escarpas vindimadas
te colheram em pleno voo
livre
musical
num sonho de mãos inteiras
flores azuis e uvas maduras
nas paredes da casa
onde se deitam os meus olhos
Só faltas tu imensa
breve seara

37 comentários:

  1. E nada faltava, o desejar já a trazia em braços de vento, numa vela rasgada por vendavais, mas a tempo de chegar ao porto, que abraço a recebeu....
    ...perdão andei a navegar nos meus devaneios, beijos amado.

    ResponderEliminar
  2. tão belo e musical, pleno de imagens delicadas e sensoriais como o amor já sonhado, antecipado, em espera.

    abraço.

    ResponderEliminar
  3. Sei poeta
    Tens tudo
    (os poetas têm esse dom)
    E tal como viste a sua sombra
    ela te será presente
    Imensa e madura
    Mesmo que breve

    ResponderEliminar
  4. Fisgou-me bela beleza: sonho de mãos inteiras, bonitoooo...
    Beijos

    ResponderEliminar
  5. Mar Arável,

    A musicalidade deste poema,
    a sugestão das cores,
    a dança em pontas,
    a fragrância das flores
    misturadas com as uvas,
    num sensual jogo de amor,
    o voo livre do vazio
    onde a seara permanece
    em silêncio.

    ------- é belo.

    ResponderEliminar
  6. Vindimamos todas as searas
    a partir de amanhã
    na Festa que é nossa!

    Beijo.

    ResponderEliminar
  7. Palavras que são também pintura. Esboço que 'projecta' a imagem por vir... em aberto e pleno de movimento, inebriante no exercício de segui-lo. E quando termina, também nós ficamos em suspenso.

    ResponderEliminar
  8. Meu querido Poeta
    Nos braços da madrugada e nas asas do vento, os nossos sonhos voam.

    mais leve que o vento
    eterna por um instante
    despida de tudo

    Apenas maravilhoso.

    beijinhos
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  9. Sacie sua alma e suas palavras !!!
    Bjs

    ResponderEliminar
  10. "... eu já tinha a tua sombra
    projectada num lençol de linho..." - depois, tempo de colheitas?!...
    Abs

    ResponderEliminar
  11. Seara Vermelha se chamou a primeira UCP, ali para os lados da vila morena.
    Abraço

    ResponderEliminar
  12. Adorei as palavras aqui escritas... tão profundas e carregadas de sensibilidade.

    ResponderEliminar
  13. QUICAS

    Como eu gostaria de responder
    à sua inquietação

    Abraço

    ResponderEliminar
  14. Leio-o, estimado Eufrázio, em linhas longas de silêncio, profunda admiração, quão infinitamente belos são os seus trabalhos.
    E falta-me que lhe dizer que não seja: bem-haja.

    Abraço maior,
    Mel

    ResponderEliminar
  15. Palavras de música em pauta sutenida de sentir.
    Belo
    Bj.

    ResponderEliminar
  16. ... depende das searas, sem dúvida, poder haver colheitas! Mas, também, das mãos que acariciam e ceifam, quando não são ceifadas!
    Abraço

    ResponderEliminar
  17. Fiquei suspensa na leitura deste
    ESPLÊNDIDO poema!

    Existem momentos como este... que faltam as palavras para o resumir.

    Um bom fim de semana, na Festa da Nossa Luta!

    Beijo.

    ResponderEliminar
  18. ________________________________


    ...bonito! Gosto do seu trabalho...


    Beijos de luz e o meu carinho!!!


    _________________________________

    ResponderEliminar
  19. Sempre uma intensa poesia

    que brota espontânea como o nosso sentir...


    Um abraço

    ResponderEliminar
  20. Poesia em ritmo certo, ora lento ora vivo, como se querem todos os actos de amor.

    ResponderEliminar
  21. Uma semana de paz, vim desejar. Na outra casa, lá estarei a espera-lo com o que tenho de melhor pra dar-te,repasso o amor de Deus em palavras que abraçam, bjos no coração.

    ResponderEliminar
  22. Palavras compassdas de nuances e leituras imensas.

    :))

    ResponderEliminar
  23. Sem folego, leio-o e releio-o e sinto sempre na sua poesia, uma brisa imensa que me torna mais leve.

    Um beijinho e obrigada, sempre!

    ResponderEliminar
  24. terminadas as férias ,e o tempo de "jibóiar" ,retomo a leitura diária dos blogues do meu contentamento .nem sempre comento ( como sabes ) mas todos os dias retenho algo novo ....

    ...e ,mais uma vez ,sem engano ,perco.me nas leituras que deixei "penduradas" ,mas que não posso nem quero perder

    ( presente! )


    .
    um beijo

    ResponderEliminar
  25. *
    durável seara,
    vermelha, a cor,
    milho-rei, do meu olhar !
    ,
    Abraço,
    ,
    *

    ResponderEliminar
  26. Li e reli e senti o conteúdo vasto, imenso, os sonhos, os afectos e a força de todo este momento de criação.
    Poema muito forte e bonito.
    Parabéns.
    Beijos
    Branca

    ResponderEliminar
  27. Sublime
    este seu poema!
    À medida que nos deliciamos
    com as palavras
    que o compõem
    vamos visualizando
    e apreciando
    uma tela lindíssima.
    A cada pincelada
    destaca-se
    a beleza
    das cores
    de cada movimento
    do ritmo
    da sensualidade
    do "sonho acordado"
    da arte!...
    ...

    princesa

    ResponderEliminar
  28. Caro Eufrázio;

    Um poema admirável, ENORME.
    Gostei bastante.
    Um forte abraço.

    ResponderEliminar