terça-feira, 17 de agosto de 2010

FLORES DO DESERTO



Tudo acontece num grito
de barcos
que se ateia
em pleno voo
solto de asas e velas
espantado de tanto espaço
para voar
rema passo a passo
na direcção de um só vento
caminhos sem poiso

indomável
ergue-se
em mastros de luz
resiste ama desobedece
nas mais belas flores do deserto

num levantamento de pássaros

35 comentários:

  1. num levantamento de pássaros?
    diz-me onde e quando tal aconteceu
    diz-me poeta que não é sonho teu
    tenho asas fortes
    vontade de desafiar sortes
    e quero-me juntar ao bando
    mesmo depois de se ter levantado

    ResponderEliminar
  2. Meu querido Poeta
    Maravilhoso poema, nem tenho palavras, adorei...apenas.

    beijinhos
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  3. Como as asas
    não são de Ícaro,
    o perfume é contínuo.

    Parabéns com flores. :)

    ResponderEliminar
  4. "É sempre na noite mais escura que as estrelas brilham mais.".

    mário

    ResponderEliminar
  5. No deserto nascem os feiticeiros da sede...
    Adorei o poema.
    Um beijo, meu amigo.

    ResponderEliminar
  6. ... de levantamento em levantamento os pássaros deste poema são de "antes voar que ceder".

    Abraço.

    ResponderEliminar
  7. A poesia como se quer num poema: intensa, diáfana a procurar horizontes de sonhos.

    Abraço

    ResponderEliminar
  8. Ergamo-nos indomáveis. Sempre!
    Porque do deserto nascem as mais lindas flores.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  9. E que bom era que esses pássaros levassem essas verdades pelo mundo fora e se tomassem atitudes!

    Lindíssimo o seu poema!
    Espero que esse aroma a flores atravesse o deserto... os mares...

    Abraço

    ResponderEliminar
  10. Gostei desse voo...
    uma certa liberdade e esperança...
    e dessas mais belas flores do deserto..
    Gostei do teu poema,
    me faz sempre reflectir...

    Beijos

    ResponderEliminar
  11. "Tudo acontece num grito
    de barcos"

    Num "grito" que nada cale tudo pode acontecer... E acontece! Acontece poesia nos passos firmes do vento-

    L.B.

    ResponderEliminar
  12. Resistir a todas as sedes, ser flor e preparar o voo. Gritemos!

    Um abraço, Amigo.

    ResponderEliminar
  13. Há mais flores no deserto do que ditam as evidências...

    Abraço

    ResponderEliminar
  14. Mucho amor y esperanza para ellos y besos para ti.
    mar

    ResponderEliminar
  15. Verdadeiramente grave é quando nos espantamos perante a existência de espaço para voar. O espanto parece sinal de que, em maior ou menor grau, a opressão é uma condição mais quotidiana do que aquilo que gostaríamos de admitir. Por isso, resistir, amar e desobedecer são verbos que devemos aprender a conjugar.
    Gostei muito! Bom fim-de-semana.

    ResponderEliminar
  16. Poeta,
    A poesia que cerca o teu universo de analogias, afinidades, comparações e relações expressivas nos deixa a pensar se as embarcações são pássaros livres que alçam voo com suas velas brancas para romper horizontes azuis na tênue linha entre mar e céu...
    Beijos
    Genny

    ResponderEliminar
  17. Exaltante o teu grito, o teu bater de asas, o teu poema!

    ResponderEliminar
  18. "um grito de barcos que se ateia..." é uma imagem fantástica!

    Um abraço :)

    ResponderEliminar
  19. poema com asas. na respiração...

    admirável.

    abraços, meu caro Poeta.

    ResponderEliminar
  20. E a poesia por aqui continua acontecendo de forma belíssima.
    Estas flores do deserto são a força da vida e a mais bela expressão do poema, sempre indomável.

    Beijos
    Branca

    ResponderEliminar
  21. Desta vez
    as palavras do poeta
    fizeram-me sentir
    a liberdade
    e
    sobretudo
    a coragem
    das muitas "flores do deserto"
    que
    por este mundo fora
    (re)buscam
    a sua sobrevivência.

    Cada leitor
    sente as mesmas palavras
    de maneira diferente...
    É essa a grande arte
    e virtude
    da poesia.

    Continue
    a deliciar-nos
    com os seus excelentes
    entrelaces
    de palavras e sentimentos!!...

    princesa

    ResponderEliminar
  22. e metamorfoseado como só a poesia o permite...

    ResponderEliminar
  23. Há sempre algo de revolta, de grito, em cada flor do deserto.
    Excelente poema, caro amigo. Gostei.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  24. Lembrei a Somália
    os nómadas
    os despojados da terra sua
    milhões de pés a caminhar
    milhões de pés mortos

    Muito belo - resistentes os pássaros.

    "antes quebrar que torcer"...
    Abç da bettips

    ResponderEliminar
  25. Um levantamento de pássaros - não é sonho, mas poesia.

    ResponderEliminar
  26. Voando como eles e com eles, os pássaros...
    abraço

    ResponderEliminar
  27. Estimado amigo,
    tudo acontece num levantar de pássaros: a terra, momentaneamente escurece, chão de pão ou de pavio.
    Depois, quando clareia - planície do mar ao rio - , as espigas tomaram conta das mãos dos homens enquanto estes encetam um voar em "V" e tudo faz sentido.

    Perdoe-me o devaneio. Este poema é um hino à liberdade. Bem-haja, Eufrázio

    Abraço
    Mel

    ResponderEliminar