Tudo acontece num grito
de barcos
que se ateia
em pleno voo
solto de asas e velas
espantado de tanto espaço
para voar
rema passo a passo
na direcção de um só vento
caminhos sem poiso
indomável
ergue-se
em mastros de luz
resiste ama desobedece
nas mais belas flores do deserto
num levantamento de pássaros
35 comentários:
Belo canto, bela homenagem...
Abraço
num levantamento de pássaros?
diz-me onde e quando tal aconteceu
diz-me poeta que não é sonho teu
tenho asas fortes
vontade de desafiar sortes
e quero-me juntar ao bando
mesmo depois de se ter levantado
Meu querido Poeta
Maravilhoso poema, nem tenho palavras, adorei...apenas.
beijinhos
Sonhadora
E resistem. As flores.
Beijo.
Quando a resistência ainda é palavra.
Como as asas
não são de Ícaro,
o perfume é contínuo.
Parabéns com flores. :)
"É sempre na noite mais escura que as estrelas brilham mais.".
mário
No deserto nascem os feiticeiros da sede...
Adorei o poema.
Um beijo, meu amigo.
... de levantamento em levantamento os pássaros deste poema são de "antes voar que ceder".
Abraço.
Indomáveis, os pássaros poetas.
Abraço
E há muitas flores, no deserto.
Abraço
A poesia como se quer num poema: intensa, diáfana a procurar horizontes de sonhos.
Abraço
Ergamo-nos indomáveis. Sempre!
Porque do deserto nascem as mais lindas flores.
Um abraço
E que bom era que esses pássaros levassem essas verdades pelo mundo fora e se tomassem atitudes!
Lindíssimo o seu poema!
Espero que esse aroma a flores atravesse o deserto... os mares...
Abraço
Gostei desse voo...
uma certa liberdade e esperança...
e dessas mais belas flores do deserto..
Gostei do teu poema,
me faz sempre reflectir...
Beijos
"Tudo acontece num grito
de barcos"
Num "grito" que nada cale tudo pode acontecer... E acontece! Acontece poesia nos passos firmes do vento-
L.B.
Resistir a todas as sedes, ser flor e preparar o voo. Gritemos!
Um abraço, Amigo.
Há mais flores no deserto do que ditam as evidências...
Abraço
Mucho amor y esperanza para ellos y besos para ti.
mar
Verdadeiramente grave é quando nos espantamos perante a existência de espaço para voar. O espanto parece sinal de que, em maior ou menor grau, a opressão é uma condição mais quotidiana do que aquilo que gostaríamos de admitir. Por isso, resistir, amar e desobedecer são verbos que devemos aprender a conjugar.
Gostei muito! Bom fim-de-semana.
Poeta,
A poesia que cerca o teu universo de analogias, afinidades, comparações e relações expressivas nos deixa a pensar se as embarcações são pássaros livres que alçam voo com suas velas brancas para romper horizontes azuis na tênue linha entre mar e céu...
Beijos
Genny
Exaltante o teu grito, o teu bater de asas, o teu poema!
"um grito de barcos que se ateia..." é uma imagem fantástica!
Um abraço :)
Serão sempre flores.
Beijinho*
poema com asas. na respiração...
admirável.
abraços, meu caro Poeta.
Bonita homenagem!
E a poesia por aqui continua acontecendo de forma belíssima.
Estas flores do deserto são a força da vida e a mais bela expressão do poema, sempre indomável.
Beijos
Branca
Ir, voar, assim...
Muito bonito
:)))
Desta vez
as palavras do poeta
fizeram-me sentir
a liberdade
e
sobretudo
a coragem
das muitas "flores do deserto"
que
por este mundo fora
(re)buscam
a sua sobrevivência.
Cada leitor
sente as mesmas palavras
de maneira diferente...
É essa a grande arte
e virtude
da poesia.
Continue
a deliciar-nos
com os seus excelentes
entrelaces
de palavras e sentimentos!!...
princesa
e metamorfoseado como só a poesia o permite...
Há sempre algo de revolta, de grito, em cada flor do deserto.
Excelente poema, caro amigo. Gostei.
Abraço.
Lembrei a Somália
os nómadas
os despojados da terra sua
milhões de pés a caminhar
milhões de pés mortos
Muito belo - resistentes os pássaros.
"antes quebrar que torcer"...
Abç da bettips
Um levantamento de pássaros - não é sonho, mas poesia.
Voando como eles e com eles, os pássaros...
abraço
Estimado amigo,
tudo acontece num levantar de pássaros: a terra, momentaneamente escurece, chão de pão ou de pavio.
Depois, quando clareia - planície do mar ao rio - , as espigas tomaram conta das mãos dos homens enquanto estes encetam um voar em "V" e tudo faz sentido.
Perdoe-me o devaneio. Este poema é um hino à liberdade. Bem-haja, Eufrázio
Abraço
Mel
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