Soltei um pássaro
que me pousou no texto
mas não lhe evitei
o menear das pétalas
Só mais tarde
tão tarde
que já adormeciam as palavras
ouvi espargir irrepreensíveis
metáforas
na folha de papel
Soltei uma rosa
que se exala
quando a sopro para voar
mas sempre regressa
desfolhada
como um pássaro
O azul da foto de Helena Almeida faz ressaltar toda a pureza destas palavras. Belo.
ResponderEliminarOs pássaros que esvoaçam os nossos sonhos são poderosos.
ResponderEliminarDo pequeno almoço até ao fim do dia
ResponderEliminarestava sempre em casa com os meus amigos
- mas chegando a noite longe me afundava
e pela terra do Sono longe me perdia...
À distância me dava com todo o meu corpo
sem que soubesse o que iria fazer
- e eis-me sozinho ao sabor de correntes
e subindo também as montanhas do sonho.
Estranhíssimas coisas havia para mim,
fantasias para os olhos e doces de Nunca
- e visões terríveis que logo se iam
à luz da manhã na Terra do Sono.
Encontrar de dia o caminho para lá
foi sempre impossível, impossível sempre
- e acordado em casa não mais me lembrava
da estranha música da Terra do Sono...
Robert Louis Stevenson
Gosto das pétalas das rosas a esvoaçar como pássaros.
ResponderEliminarAbraço
Versos volitantes...coisa de instantes e estive bem aí no seu lugar!!!!
ResponderEliminarAbraços,
Tânia
As pétalas da rosa
ResponderEliminarpodem confundir-se
com as penas do pássaro.
As penas voam,
as pétalas voam,
os pássaros regressam e pousam
na folha de papel que afinal
eram as pétalas da rosa.
:)
Não há flores ocultas nas asas dos pássaros.
ResponderEliminarAbraço
Belo!
ResponderEliminarUm abraço
Para que as rosas possam voar é preciso que os pássaros se desfolhem.
ResponderEliminarLi o seu belo poema e fiz este:
Ao ver a rosa no seu voo leve
O pássaro se desfolhava.
bjs
a palavra desfolhada remete-me sempre para a voz da simone de oliveira, não sei se gosta :) mas o poema também voa! beijinhos*
ResponderEliminarBonita maneira de escrever, como sempre.
ResponderEliminarBom final de semana.
Privilégio dos poetas, como tu, acabar sempre por ouvir "irrepreensíveis metáforas na folha de papel". Privilégio, também, para os que te lêem.
ResponderEliminarHá coisas que nos regresam sempre, são das mesmo importantes!
ResponderEliminar~CC~
Nas asas desse pássaro, levei a rosa e poisei no mar arável.
ResponderEliminarLiberdade das palavras, do voo, da natureza.
Somos livres de partir, mas também de regressar, de ir ou ficar.
Lindíssimo poema!
Estas palavras sabem criar[me] belas imagens cheias de movimento.
ResponderEliminarL.B.
Os seis últimos versos
ResponderEliminarsão
de uma beleza
extraordinária.
Abraço.
Bom fim de semana!
princesa
Que saudades de te ler! A tua escrita aprecia-se num silêncio de admiração. Adorei o poema.
ResponderEliminarBeijo meu.
Será da força gravitacional do papel?...
ResponderEliminarAbraço
Este poema lindíssimo é uma bela metáfora da própria poesia.
ResponderEliminarA tua poesia é cada vez uma criação artística que nos envolve.
Beijos
Branca
Talvez um dia as rosas e os pássaros não voltem mais desfolhadas. Nunca é tarde para que sejam as metáforas a pousar na folha de papel.
ResponderEliminarbjinhos
Um hino à liberdade, é assim que leio este poema. Uma liberdade concedida e traduzida, na volta da maré, em dádiva de criatividade, generosidade e lealdade.
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
No comentário acima, onde disse:
ResponderEliminar"...é cada vez", queria dizer "é cada vez mais" - a palavra que "comi" penso que foi apreendida, mas impunha-se dizê-lo.
Beijos
Branca
E que perfume exala dessa rosa...!
ResponderEliminarUm beijinho
Sinto o esvoaçar do pássaro e o perfume das rosas rondando o poema que acabei de ler.
ResponderEliminarUm beijo.
Quando flor? Quando pássaro?
ResponderEliminarBj
fosse eu o esvoaçar
ResponderEliminarque exulta da página em branco, disse o livro.
da folha caiu uma gota de sangue.
são rosas, disse um pássaro, rosas esgotadas do vento.
beijo Eufrázio
deixo.te o pássaro ,mas levo a rosa ,posso?
ResponderEliminar.
um beijo