sábado, 13 de março de 2010

SEM MUROS NEM AMOS




Tinhas um nome secreto
para acordar os pássaros
mas deixavas cair um sinal
muito antes dos barcos ancorarem
lá onde costumo pegar ao colo
os poemas e partias

No domínio dos silêncios interditos
desvendavam-se as escarpas
quando florias sem muros nem amos
no chão do Inverno
lá onde desmorono as arestas das palavras
só para te ver chegar e partir

tão secreta que nem eu sei
como envelhecemos assim
inscritos na rasgada escarpa
onde demorados
ainda hoje
dormem os pássaros

43 comentários:

augusto, um entre mil disse...

Benditas as escarpas que dificultem a progressão do mau...

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Lindo poema...adorei.

Beijinhos
Sonhadora

Maria disse...

Há sempre um tempo para deixar escorrer os poemas pelos dedos. E para ver partir e chegar. Será este o tempo... apesar dos pássaros adormecidos.

Beijos.

Anónimo disse...

Um mundo de poesia a tua:

"como envelhecemos assim
inscritos na rasgada escarpa
onde demorados
ainda hoje
dormem os pássaros"

Minha vénia,
Bjs

Maria

Unknown disse...

Viajei nos seus versos... Obrigada...

Joaquim do Carmo disse...

Belo poema de amor, capaz de, enfim, acordar os pássaros desse demorado sono... quem sabe!
Um abraço

César Ramos disse...

Comecei pelo encantamento que a imagem me transmitiu em termos de serenidade... e deixei-me embalar na grande mensagem que o poema me ofereceu e revelou.

Não podia ter tido hoje melhor conforto espiritual do que este belo post, de que agradeço a publicação.

Simplesmente Lindo! E não costumo usar muito este vocábulo; mas tenho também a minha escarpa!... e a linguagem adequada na cumplicidade com os pássaros, tendo aprendido ao voar com eles!

Abraço
César Ramos

luis lourenço disse...

belíssimo o poema...traçado a régua e compasso na tua arejada escarpa.

abraço,

Véu de Maya

jrd disse...

Os pássaros dormem enquanto a poesia voa.
Belíssimo.

lino disse...

Ainda há homens e mulheres que são como os pássaros, sem muros nem amarras.
Abraço

Mª João C.Martins disse...

E fico, no dominio dos silêncios... porque é aí que as suas palavras, poeta, tomam a sua verdadeira dimensão.

Grata por tão bela partilha

Virgínia do Carmo disse...

Sem muros, nem amos...
Nem amarras a impedir as palavras. Ainda bem.

Bjo

isabel mendes ferreira disse...

amigo amigo amigo.






sem escarpas.


sem arestas.


vivos no tempo.


gosto tanto de vir aqui.....sempre.

_Sentido!... disse...

... passamos a vida a chegar e a partir, até começarmos a entardecer, que que ainda lá dormem os pássaros!
Perdoa entrar sem ter batido à porta, entrei pela Virginia e ela abriu-ma, fervia de curiosidade e espreitei! :)
Excelente poesia, suave e terna, mas com mensagem bem poderosa.
Abraço.

utopia das palavras disse...

Escarpas que rasgam a terra, que nao queremos adormecida!

sempre encanto!

Bj

Manuel Veiga disse...

palavras encrustadas. como sal-gema. no corpo do poema. e no voo planado dos pássaros.

ínspiradíssimo Poema.

abraço,caro Amigo.

Sonia Schmorantz disse...

É um belíssimo poema para este dia da poesia!
Um abraço, ótima semana

São disse...

Silêncios interditos nunca são os que povoam os teus belissimos poema.

boa semana.

MARIA disse...

Várias vezes tento deixar no seu espaço um comentário e raramente o consigo, ainda não compreendi bem porquê.
Gosto imenso da sua poesia.
Isto é absolutamente sincero.
Da muita poesia de blogs que temos a felicidade de aceder existem cerca de 4/5 pessoas de cuja leitura não prescindo e é sempre um deleite fazê-la.
Este Mar é um dos dedos dessa mão que se sabe mágica no embalo das palavras com que acaricia a escrita.
Até já Mar, até já, por favor ...

© Maria Manuel disse...

e os poemas permanecem belos
como o sono dos pássaros
como a sua secreta floração

Lídia Borges disse...

Como se as palavras se tivessem escrito a elas próprias e fosse o poema a pegar-nos ao colo...

Um beijo

Artur Gonçalves Dias disse...

sublime encanto de versos


Saudações

Anónimo disse...

eu também gostava de ter um nome assim... beijinho grande, eufrázio*

maré disse...

viste na madrugada dos pássaros
quando um barco
ainda gemia o espanto da lua.
deixavas-me o orvalho dos trevos
e a promessa de um nome.
depois partias
anónima
na incerteza das águas.

_____ beijo Eufrázio
de um lugar onde os barcos ancoram

Maria P. disse...

Belíssimo.

Beijinho*

Mel de Carvalho disse...

Eufrázio,

a sua poesia, de que sou profundamente admiradora, aliás como já tive o prazer de lho manifestar, nunca deixa de me causar espanto pela simultânea delicadeza e robustez que emana.

Sinceros parabéns pelo eu-lírico que o habita, estimado Eufrázio.

Perdõe se não venho mais vezes, mas, sou-lhe sincera, lendo, faltam-me atributos ao que leio e, dizer "gostei, que lindo", não é o meu jeito :)

Fica um fraterno e grato abraço
da Mel

mdsol disse...

Eu gosto de palavras brincadas.
Gosto de poemas
Gosto de aqui vir.

:)))

L e n a disse...

Bonito poema,
acompanhado duma bela foto...
gostei

Beijos

hfm disse...

Um poema com a marca dos eleitos que sabem burilar a poética.

Barbara disse...

Talvez pássaros não envelheçam em essências....
E tu , sempre encontrará algo entre muros.
Pois que tens também uma essência muito bela.

Fá menor disse...

Podemos encontrar flores em chão de inverno se as soubermos cultivar e cuidar...

Boa poesia!

Beijos

Anónimo disse...

A paixão e a liberdade sublimada no incessante voo dos passaros.

Excelente.

Um abraço

(Em nome do Sam, da Eva, do Miguel e do meu, estás convidado a visitar A Voz das Palavras.
Aparece)

margusta disse...

Amigo...Lindo demais este teu poema!

Adorei cada um, e o todo dos versos que o compõem .

PARABÉNS!

Beijo,

Margusta

Justine disse...

Imagens muito belas, neste teu poema:))

poetaeusou . . . disse...

*
poema arável
em lavradas palavras,
,
parabéns,
,
conchinhas,
*

Aníbal Duarte Raposo disse...

Muito bom. Gostei muito.
Abraço

Graça Pires disse...

Um poema sem muros, sem escarpas, sem palavras interditas.
Fantástico!
Um beijo, amigo.

Anderson Fabiano disse...

se isso não é a verdadeira poesia, então, não sei o nome. bravo!
meu carinho,
anderson fabiano
ps: espero por você no meu novo espaço:
letras-profanas.blogspot.com

partilha de silêncios disse...

Adorei o seu poema, esse domínio de silêncios interditos, sem muros nem amos.

um beijo

José Carlos Brandão disse...

Os pássaros do amor sempre cantam, mesmo quando os julgamos adormecidos.
Abraços.

Licínia Quitério disse...

Ah como gostei!
Um beijo.

José Carlos Brandão disse...

Aplausos.
Parece-me estar a ouvir Eugénio de Andrade.
Abs.

tb disse...

Fiquei presa nesse escorregar de poesia e imagem de barro fresco...