Joaquin Sorrolla y Bastida
As palavras vogavam soltas
em torrente
alagavam sapais
caldeiras de moinhos
As garças tricotavam pios afrodisíacos
e as canoas lançavam redes
para cercar os peixes
nas marés vivas
Os teus olhos debruçados na margem
circulavam em turvelinho
afagavam a faina
Quando nos soltámos crescemos
e lá fomos barra fora
como se tivéssemos um barco
que não anoitecesse
E não anoitecerá, se não deixarmos o barco "meter água".
ResponderEliminarDo "romance aquático".
ResponderEliminarBelíssimo.
Gostei muito, sobretudo da descrição quase...
ResponderEliminarPasso pela 1ª vez pelo seu blogue e sigo muito contente. Voltarei!
as garças sobrevoam as marés
ResponderEliminare esquecidos que as canoas têm uma rota já traçada, ancoramos na margem, a descobrir o movimento das águas.
___
um beijo Eufrázio
Eu só percebo que a noite possa estar se aproximando quando preciso colocar os óculos. Porque do contrário, o meu barco ainda continua no calor do sol, ao sabor das marés. :))
ResponderEliminarbjs
PS: a gravura fez-me lembrar parte da minha infância. :)
E depois?
ResponderEliminarDesejo continuidade de estória.
Que as palavras se soltem dos sapais e vão mar a
dentro.
Com o meu mar à vista esperarei por elas...
bjs
:))
Desculpa, mas acho que há uma contradição no poema: tens mesmo um barco que não anoitece, sabes?
ResponderEliminarUm feliz semana.
Gostei muito deste anoitecido qu tenta ser barco. Belísimo.
ResponderEliminarComo se o mar não tivesse fundo, nem profundidade, como se o céu fosse tocável e o seu azul não fosse uma ilusão...
ResponderEliminarSuponho que nenhum barco navega para sempre, não é?
Beijinhos
...
São
ResponderEliminartu sabes que as contradições
existem - a questão é resolvê-las
A poesia não resolve
questiona provoca sugere
Como se tivessemos um barco ou asas de gaivota...
ResponderEliminarUm belíssimo poema.
Beijos.
que lindo....é como ter um barco e anoitecer no mar.
ResponderEliminarlindo
ResponderEliminarJokas
Paula
como ficar longe daqui?????
ResponderEliminar____________tão belo.
beijo. Amigo .
imf.
há lugar para mais uma.....
ResponderEliminar.....contradição?
.
um beijo ,manhã alta
- E vamos sair a barra com o barco-às-claras que não temos?!
ResponderEliminar- E daí? Ou não acreditas que quando nos soltámos crescemos?
- É verdade que os meus olhos afagavam a faina. Mas a segurança da margem...
- Ilusão tua. Vem cá, vou mostrar-te as garças a tricotarem pios afrodisíacos, não acreditas?
- Acredito que as tuas palavras vogam soltas em torrente...
O Mar é tua fonte
ResponderEliminarVim até aqui
navegar sobre as palavras que deixastes.
Beijos
Não há noite que resista a este poema.
ResponderEliminarE amor que não aconteça.
Bj
E regresso à escarpa! :)
ResponderEliminarA beleza poética de um estuário
navegado a dois.
Beijos, boa noite, Eufrázio!
Tens razão, só que eu entrei também numa de provocar, rrss
ResponderEliminarExcelente final de semana, Amigo!
Sempre belo, o teu navegar.
ResponderEliminarBeijo e bom fim de semana.
Que melhor barco que as palavras do poema, as que nunca anoitecem?
ResponderEliminarMetáfora poética muito bonita!
ResponderEliminarabraço, ótimo final de semana
e como se fosses vento...para remar a noite!
ResponderEliminarContradição ou não...mas belo!
Um beijo
barcos alados...
ResponderEliminardeslumbrante Poema.
abraços, Poeta!
ser e seres nas águas em crepúsculo
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