segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A RASAR O VENTO


Ainda não chovia

da ultima vez que raptei

o sinal que trazias nos olhos

Consentiste que fosse o ladrão

do teu olhar

mas tive que rasgar uma janela

por sobre as águas

Estavas num barco

caiado de branco

com palavras a arder

e eu perguntei-me

que fazer deste lume?

Aproximei-me e vi claramente

uma balsa sublimada

a rasar o vento

onde me transporto

34 comentários:

  1. Ladroes de olhares...precisam-se, com a mesma onda poética!
    Simplesmente , simples e belo...
    :))

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  2. Mas seria capaz de remar contra a maré?

    :)

    bjs

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  3. E foi assim que ficaste um Mar em chamas.
    Abraço

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  4. É talvez pouco dizer que é mais um belo poema, este que aqui nos deixas, mas é um sentimento de prazer o que fica...sempre que te leio.

    Um abraço

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  5. chamas sobre as ondas. que o inesperado vento (esse pirata) inflama...

    belíssimo.

    abraço

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  6. Um poema brilhante. A subjetividade é o reflexo de toda objetividade contido em um poema. Parabéns. Me apresentando: sou o sobrinho da Alana. Abraços.

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  7. Instintivamente (qual puma elegante?) vão-se roubando olhares e lumes, necessários à sobrevivência.

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  8. Amigo:
    Desculpa-me a ignorância, mas tens algum livro recente?
    Lembro-me de ti, naquela magífica festa "De Braço Dado" no Pavilhão Carlos Lopes, que no final dos anos 70 ainda era Pavilhão dos Desportos... depois soube de ti pelas notícias que chegavam do Seixal, dos prodígios que foram realizados, o sonho (ou a Poesia) em movimento podia ter sido (bem, não sei se foi)o slogan desses dias certamente inesquecíveis...
    Este poema tem uma beleza, uma energia, uma tecelagem de ondas e remos, de voo e silêncio, uma musicalidade de sílabas e anseios, que~as palavras são muito pouco para dizerem essa magia, a forma como partilhas...
    Bem Hajas, Companheiro!
    Luís

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  9. Dizer-se enamorado desta forma é sempre lindo.

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  10. Sempre
    Belo

    O que escreves.


    PS: Somente a ti, devo esta explicação, porque foste o único que não deixou de me comentar.

    Tomei a decisão de fechar os comentários, porque não posso retribuir quem me comentava.

    Gostava de ter saúde... mas não tenho....

    Beijos

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  11. Obviamente que a qualidade dos seus poemas já nem necessitam comentário, mas queria saber de quem é o quadro. Seu?

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  12. Há muitos anos conheci um presidente de câmara com voz de declamador, pena de poeta e olhos do azul do mar que aqui retrata. Passados anos, o presidente poeta tomou conta da região de turismo de uma costa da cor dos seus olhos. A poesia, essa, manteve-a ao longo dos anos, da mesma forma que manteve a voz de declamador e o tom de "Sado" mantem-se no olhar profundo com que encara a vida.
    Gosto de ler o mar neste blog. Tornei-me visita diária. Belos poemas e imagens sempre apropriadas.
    As palavras do poeta no seu melhor neste "encantar de serpentes" que é o seu Mar Arável.
    Um abraço

    Natália Abreu

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  13. Enredas as palavras de forma tal que dizer amor parece fácil.
    É?!?!?!...
    Deve ser simples pelo menos mesmo que não tão fácil assim.
    Tu dize-lo muito bem.

    Abraço

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  14. PreDatado

    o óleo é retirado da net

    sem identificação

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  15. Um dos teus mais lindos poemas, na minha opinião.

    Abraço-te.

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  16. As palavras, como a água, o fogo e vento, são também elas uma força da natureza. E também roçam na pele... também inflamam... Também inundam...

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  17. Iste poema é como navegar en sí,a auga misturada co lume ate unha calma en forma de balsa ...
    precioso!!,beijhos.

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  18. rendo.me
    incondicional mente
    à beleza do poema

    e no vento ,deixo



    .
    um beijo

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  19. "Estavas num barco
    caiado de branco
    com palavras a arder
    e eu perguntei-me
    que fazer deste lume?"
    Um poema fabuloso, amigo!
    Beijos.

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  20. Voga a balsa em palavras diáfanas de sentir.
    Belo.
    Bj.

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  21. Lindíssimo, porque não sei dizer mais!


    Um beijo de bom fim de semana

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  22. e rouba-se um olhar

    a incendiar este vento
    das asas onde te guardo

    _______

    lindo Eufrázio

    beijo, de águas, também elas em circulos incendiados

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  23. "A rasar o vento"
    que soprava de norte
    naquela noite
    no monte alentejano
    "caiado de branco"
    aconcheguei os paus
    da lareira.

    As línguas de fogo
    iluminaram toda a sala
    caiada de branco.

    Espreitei pela vidraça
    e aguardei...
    a chegada do ladrão
    do meu olhar...

    princesa

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  24. Mais um poema que lhe vou roubar.
    É sempre um enorme prazer ler os seus poemas, mas há sempre um que nos toca particularmente.
    É o caso deste.
    Obrigada.

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