sábado, 12 de setembro de 2009

NO SENTIDO DO VOO



O mar sangrava espumas brancas
lenços de linho
nas ruas deste chão

Eu sabia que serenamente
no fim da Primavera
serias a última a partir

só não sabia que eras tu

Ainda desenhaste um círculo
para eu traduzir o teu rumo

Corri no sentido do voo
mas a água só me consentiu
um breve patinhar

Regressei à casa vazia
muito antes da luz
se afogar em palavras

35 comentários:

  1. Mais uma vez, entre linhas, consigo sentir a grandeza de suas palavras.
    "No sentido do voo" lembra minha vida como um todo, em busca de liberdade e de disciplina.
    Parabéns André.

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  2. A casa sempre será vazia enquanto também não decidir voar na Primavera. Ainda terá outras Primaveras...

    ;)

    bjs

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  3. Aviso à navegação

    - estou tão só a falar

    de andorinhas

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  4. há sempre um regresso.

    à luz

    antes de um adeus definitivo.


    ______
    beijo, de clareiras

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  5. Lindo o teu poema! Sente-se e a poesia tem que se sentir...beijos.

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  6. Porque as asas reclamam o estio e a liberdade da luz, instintivamente ... a vida em plenitude!
    Belo rasgar do sentido!

    beijo

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  7. um circulo que se fez espiral. assim espero...

    (as andorinhas voltam sempre ao beiral...)

    imagens poéticas muito belas.

    bravíssimo, Poeta!

    abraços

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  8. Muito sensível, como sempre 'Mar Arável!

    Fazes versos do rendilhado da espuma das palavras e dos sentires...

    Um beijo,
    ... pelo olhar amistoso em 'fragmentos', sensibilizada!

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  9. As palavras são traiçoeiras...
    Belo como sempre...
    :))

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  10. Começo a achar que o Eufrázio não escreve poesia, mas antes que "É" poesia... Só assim podem ser as palavras tão naturais... como a respiração...
    Beijinho!

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  11. Parafraseando um poema querido, assim se vê quão importante é "defender as asas". Nunca se sabe quando são precisas...

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  12. Todas as partidas têm este bocadinho de tristeza, acho que mais de quem fica(mesmo que sejam só as andorinhas, eu cá bem gostava de ir com elas).
    ~CC~

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  13. " Corri no sentido do voo"

    Ahhh... quantas vezes o faço!

    Sempre bela a tua poesia.

    Bjs

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  14. Ressenti um voo de liberdade
    ao ler-te

    Também gostava ser essa ave,
    voando ao de cima das ondas e
    ir, ir, voar, voando....

    Beijos

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  15. Entre a imagem e as palavras toda a coerência está sustentada.

    As asas voam num vácuo melancólico em direcção a um desconhecido talvez previsível...talvez.

    Até breve.

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  16. Elas partem nos dias brilhantes de Setembro...depois, quando a brisa de amorna e refulge de aroma regressam. São as andorinhas que pipilam amáveis nas manhãs doiradas.

    Bj.

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  17. Eufrázio, poeta,

    é Belíssimo!

    ...também tenho andorinhas lindas, todos-os-anos no meu beiral da Beira Baixa...

    um abraço amigo e um sorriso :)
    mariam

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  18. Voar é querer ir mais além, num voo tão livre como o das andorinhas.

    Mesmo o cair e o patinhar valem a pena, se o voo é um correr atrás do sonho que é preciso sonhar.

    Como alguém disse antes, "é poesia sentida", logo, bela e cativante :)

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  19. Agora é só para deixar notificação de um selo/prémio que tenho para partilhar lá no meu blog e um calhou ao MAR ARÁVEL por eu achar que é de facto um blog viciante e muito bom de ler.

    http://mariabesuga-extras.blogspot.com/2009/09/selo-seu-blog-e-viciante.html

    Criei aparte um espaço para estas coisas de selinhos prémios desafios e etc...as e tais. assim ficam aqui muito bem todos juntos e não interferem com a minha ordem das coisas lá no blogue principal.

    Espero que aceite. Fará o que entender que muitas pessoas preferem não ligar mas está lá e é seu.

    Abraço

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  20. ___________________________________


    Muito lindo esse poema!

    Parabéns!


    Beijos de luz e o meu carinho...


    _________________________________

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  21. Festejemos o belo, sim! Ao sabor das tuas palavras, que jamais se afogam no mar da tua sensibilidade. Adorei o poema.


    Beijos meus.

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  22. Palavras sensíveis, banhadas com aroma de maresia

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