sábado, 28 de março de 2009

NO LABOR DOS REMOINHOS


Ainda hoje para te amanhecer

acendo um pavio

nas noites de bruma

empurro o moliceiro

incendeio

as águas paradas

Ainda hoje é assim

este rio manso
por entre os dedos

a desaguar no barco

que me transporta

e prende aos limos

das tuas tranças

Ainda hoje flui

a luz incerta das noites

à tona

em espiral

no labor infatigável

dos remoinhos


32 comentários:

Ana Camarra disse...

E os remoinhos são assim, arrastam-nos...

beijos

hfm disse...

Um hoje de eternidades.

mdsol disse...

Sempre bom!
:))

as velas ardem ate ao fim disse...

soube me tão bem este remoinho...

um bjo

jrd disse...

Ou a poesia que emerge no rodopio das palavras liquidas.

maré disse...

e ele
[o moliceiro)

majestoso

desagua os olhos

presos

ao labor infatigável

dos teus dedos alga

_______

um beijo Eufrázio

Mateso disse...

Ao ler senti a dolência das águas, aquele remorejar dos sentidos liquidos.
Bj.

Sonia Schmorantz disse...

Um lindo e sensivel poema de um redemoinho de saudades...
Um abraço e boa semana

polidor disse...

como por aqui existe sensibilidade e espírito livre convido-o a voar...

Justine disse...

Os remoinhos podem ser muito, muito agradáveis...

São disse...

Que nunca deixes de incendiar as águas paradas e nos priviligies sempre com as tuas bwlas palavras!
feliz semana.

Maria P. disse...

Ainda hoje, e que seja sempre.
Assim, belíssimo.

Bjos*

Anónimo disse...

a luz cada vez mais certa da tua poesia :) um grande beijinho.

Gabriela Rocha Martins disse...

antes de comentar o teu post ,acresço algumas palavras ao comentário que deixaste no canto.chão - "gosto de me sentir inteira no meio dos meus pares sem medo"
e
deixo.te um xaile de varina a fim de envolver.te ,poeta


.
um beijo

Ana Paula Sena disse...

Quietude e movimento, na vida transparentes... Uma sensação muito bem recriada: um eterno fluir... :)

Teresa Durães disse...

os remoinhos que nos despertam os sentidos

Graça Pires disse...

Incendiar as águas paradas...
Belo poema, amigo.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mar Arável

Quantos remoinhos na alma e nos caminhos?
Ah os remoinhos!....
São eles que nos impedem de amanhecer
de VER
de SER.

Lindo este teu poema, Mar Arável.


Abraço

Gabriela Rocha Martins disse...

este amanhecer na noite acende.me a nostalgia dos barcos prontos a zarpar...

...deixam lastros onde se prendem todas as nossas incertezas

( e ainda bem ! )


.
um beijo feito âncora

Gabriela Rocha Martins disse...

(quase "jurava" que ontem à noite te deixei um comentário ... quase ... todavia .... )


.
um beijo

Arábica disse...

Mergulho de maresia.



Insuspeitos remoinhos de olhos, em água doce, ancorados.


Um beijo e uma boa semana!

Manuel Veiga disse...

fatais os redemoínhos. em seu labor infatigável...

belíssimo, Poeta.

abraços

Menina do Rio disse...

Naveguei suavemente nessas águas, nesse rio...

Obrigada pela visita!
Um beijo

Licínia Quitério disse...

Ainda hoje... A persistência dos afectos. Muito bonito!

utopia das palavras disse...

A vida de um rio...dentro de nós!!!

Brilhante!!!!

Um beijo

L e n a disse...

é um prazer te ler
teu poema é como a agua do rio correndo..

um beijo

CCF disse...

Gosto da palavra labor, e fica bem neste poema de memórias permanentes.
~CC~

PreDatado disse...

Este rio que tem moliceiros e se desagua em venezas-belezas. E as brumas.

maria josé quintela disse...

belo e bucólico.



o cenário do poema.



beijo.

Anónimo disse...

"Ainda hoje"
...tanta coisa!
Basta cada um de nós
abrir seu baú de mamórias
E...
"Ainda hoje"
encontramos (re)conforto
e reforços
para continuarmos
a nossa caminhada!

"Ainda hoje"

princesa

isabel mendes ferreira disse...

certeiro este "pavio"



iluminante!!!!!




o meu abraço.

MS disse...

... sentir os movimentos serenos das águas do rio,
o rumorejar quase em surdina do baloiçarem ao sabor do vento,
numa ondulação sedosa,
como quem passa a mão à superfície, só para sentir a leveza e a frescura de um afecto!

A imagem é linda e tão 'inspiradora'!

Um beijo