sábado, 28 de março de 2009

NO LABOR DOS REMOINHOS


Ainda hoje para te amanhecer

acendo um pavio

nas noites de bruma

empurro o moliceiro

incendeio

as águas paradas

Ainda hoje é assim

este rio manso
por entre os dedos

a desaguar no barco

que me transporta

e prende aos limos

das tuas tranças

Ainda hoje flui

a luz incerta das noites

à tona

em espiral

no labor infatigável

dos remoinhos


32 comentários:

  1. E os remoinhos são assim, arrastam-nos...

    beijos

    ResponderEliminar
  2. Ou a poesia que emerge no rodopio das palavras liquidas.

    ResponderEliminar
  3. e ele
    [o moliceiro)

    majestoso

    desagua os olhos

    presos

    ao labor infatigável

    dos teus dedos alga

    _______

    um beijo Eufrázio

    ResponderEliminar
  4. Ao ler senti a dolência das águas, aquele remorejar dos sentidos liquidos.
    Bj.

    ResponderEliminar
  5. Um lindo e sensivel poema de um redemoinho de saudades...
    Um abraço e boa semana

    ResponderEliminar
  6. como por aqui existe sensibilidade e espírito livre convido-o a voar...

    ResponderEliminar
  7. Os remoinhos podem ser muito, muito agradáveis...

    ResponderEliminar
  8. Que nunca deixes de incendiar as águas paradas e nos priviligies sempre com as tuas bwlas palavras!
    feliz semana.

    ResponderEliminar
  9. Ainda hoje, e que seja sempre.
    Assim, belíssimo.

    Bjos*

    ResponderEliminar
  10. a luz cada vez mais certa da tua poesia :) um grande beijinho.

    ResponderEliminar
  11. antes de comentar o teu post ,acresço algumas palavras ao comentário que deixaste no canto.chão - "gosto de me sentir inteira no meio dos meus pares sem medo"
    e
    deixo.te um xaile de varina a fim de envolver.te ,poeta


    .
    um beijo

    ResponderEliminar
  12. Quietude e movimento, na vida transparentes... Uma sensação muito bem recriada: um eterno fluir... :)

    ResponderEliminar
  13. Mar Arável

    Quantos remoinhos na alma e nos caminhos?
    Ah os remoinhos!....
    São eles que nos impedem de amanhecer
    de VER
    de SER.

    Lindo este teu poema, Mar Arável.


    Abraço

    ResponderEliminar
  14. este amanhecer na noite acende.me a nostalgia dos barcos prontos a zarpar...

    ...deixam lastros onde se prendem todas as nossas incertezas

    ( e ainda bem ! )


    .
    um beijo feito âncora

    ResponderEliminar
  15. (quase "jurava" que ontem à noite te deixei um comentário ... quase ... todavia .... )


    .
    um beijo

    ResponderEliminar
  16. Mergulho de maresia.



    Insuspeitos remoinhos de olhos, em água doce, ancorados.


    Um beijo e uma boa semana!

    ResponderEliminar
  17. fatais os redemoínhos. em seu labor infatigável...

    belíssimo, Poeta.

    abraços

    ResponderEliminar
  18. Naveguei suavemente nessas águas, nesse rio...

    Obrigada pela visita!
    Um beijo

    ResponderEliminar
  19. Ainda hoje... A persistência dos afectos. Muito bonito!

    ResponderEliminar
  20. A vida de um rio...dentro de nós!!!

    Brilhante!!!!

    Um beijo

    ResponderEliminar
  21. é um prazer te ler
    teu poema é como a agua do rio correndo..

    um beijo

    ResponderEliminar
  22. Gosto da palavra labor, e fica bem neste poema de memórias permanentes.
    ~CC~

    ResponderEliminar
  23. Este rio que tem moliceiros e se desagua em venezas-belezas. E as brumas.

    ResponderEliminar
  24. "Ainda hoje"
    ...tanta coisa!
    Basta cada um de nós
    abrir seu baú de mamórias
    E...
    "Ainda hoje"
    encontramos (re)conforto
    e reforços
    para continuarmos
    a nossa caminhada!

    "Ainda hoje"

    princesa

    ResponderEliminar
  25. ... sentir os movimentos serenos das águas do rio,
    o rumorejar quase em surdina do baloiçarem ao sabor do vento,
    numa ondulação sedosa,
    como quem passa a mão à superfície, só para sentir a leveza e a frescura de um afecto!

    A imagem é linda e tão 'inspiradora'!

    Um beijo

    ResponderEliminar