segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

SOPRO O VENTO






Sitiada por um deserto de sílabas

lá onde a escrita nos esconde

dormes por cima do olhar

no outro lado das videiras



És o meu castelo

a hastear todos os dias

uma nuvem contra o tempo

um cristal que se alimenta

do próprio brilho



Risco um fósforo

ateio as mãos

para desvendar silêncios pendentes



Subo às ameias do teu corpo

para recuperar as minhas pedras

sopro o vento

para te ver dardejar

por sobre as areias

beber do teu vinho


às

16 comentários:

  1. isabel mendes ferreirasegunda-feira, dezembro 08, 2008 6:06:00 da tarde

    arrisco dizer que o risco do fósforo subiu às ameias da beleza.



    __________________.



    beijo. "florido".

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  2. vida de vidrosegunda-feira, dezembro 08, 2008 6:57:00 da tarde

    Viagem pelas ameias do corpo. Beleza nas palavras que desvendam caminhos. **

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  3. AnaMar (pseudónimo)segunda-feira, dezembro 08, 2008 7:14:00 da tarde

    Delicioso poema :-D
    Bjs

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  4. Graça Piressegunda-feira, dezembro 08, 2008 8:35:00 da tarde

    Um sopro de vento a atear os sentidos...
    Um abraço.

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  5. éme.segunda-feira, dezembro 08, 2008 8:47:00 da tarde

    Que bonito...
    ...
    Logo hoje, que andei a ler pedaços à solta d' O Trabalho Amoroso (de Max Pagès) e Fragmentos de um Discurso Amoroso (de Roland Barthes) chego aqui e vejo estas linhas em harmonia com o que só me atrevo vislumbrar...

    Que bonito!

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  6. Luís Galegosegunda-feira, dezembro 08, 2008 8:55:00 da tarde

    desvendar silêncios pendentes é o mote de todas estas palavras escritas travestidas em belo poema.


    não tive oportunidade de estar no lançamento do livro, mas até Dezembro ele estará nas minhas mãos.

    um enorme abraço, Grande Poeta....

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  7. Sensualidadessegunda-feira, dezembro 08, 2008 10:37:00 da tarde

    imagem lindissima para um texto magnifico

    Jokas

    Paula

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  8. Anónimosegunda-feira, dezembro 08, 2008 11:04:00 da tarde

    ... nos silencios estão"tantas vezes" os nossos "gritos" ..-
    Belo poema !!!

    Um abraço a cheirar a NATAL|

    Quelino!

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  9. marésegunda-feira, dezembro 08, 2008 11:43:00 da tarde

    sopro o vento

    e nos trilhos

    que espreitam as janelas

    desvendo os silêncios desde as águas...

    sopro o vento

    um vento de mar


    ______

    um beijo

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  10. Teresa Durãesterça-feira, dezembro 09, 2008 10:03:00 da manhã

    alcançar o topo onde se toca no céu

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  11. Laura Ferreiraterça-feira, dezembro 09, 2008 10:09:00 da manhã

    Lindo!

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  12. CCFterça-feira, dezembro 09, 2008 8:01:00 da tarde

    Palavras bonitas que o vento não deixará de recolher para guardar.
    ~CC~

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  13. mdsolterça-feira, dezembro 09, 2008 11:11:00 da tarde

    Um sopro de belas palavras
    :))

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  14. Anónimoterça-feira, dezembro 09, 2008 11:17:00 da tarde

    as palavras podem conjugar-se... mas,quando se alinham com os sentimentos desenham um contorno feliz

    abraço

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  15. Anónimoquarta-feira, dezembro 10, 2008 10:17:00 da manhã

    Lá...onde as ameias avistam
    a festa dos sentidos...!

    Adorei!!!

    Um beijo

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  16. mariam [Maria Martins]sábado, dezembro 13, 2008 8:45:00 da manhã

    Eufrázio,

    especialíssimo poema! este.

    "...e fossemos a última folha do outono em pleno voo..." que imagem mais poética...

    Fantástico!

    bom fim-de-semana
    um abraço e um sorriso :)
    mariam

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