sexta-feira, 15 de agosto de 2008

HASTEAR PALAVRAS

PEDRAS

Por vezes luz

na substancia da espuma

mas só quando rebenta

nas falésias

se torna azul

Não somos nós

são as palavras

Por vezes acontecem

deuses residuais

secretos predadores

das mais íntimas claridades

a fazerem ninhos

no ouvido dos búzios

Andam por aí

a segredar nas águas

Por vezes na minha jangada

disponível para os lábios

reuno algumas claridades

soletro

entrego-me quase legível

só para te espantar florida

de pequenos nadas

Por vezes rebentamos

nas falésias

espuma e jangada

só para hastearmos palavras

16 comentários:

  1. Hasteadas as palavras e a minha alma lavada. Estava mesmo a precisar desse poema. Obrigada Mar Arável por mais esta navegação.

    ResponderEliminar
  2. tão bonito!
    este escorrer do seu mar...de palavras

    fique bem.

    o meu "dolce fare niente" começa hoje ~~~~

    um grande sorriso :)

    ResponderEliminar
  3. Por vezes luz
    por vezes água
    por vezes pedras
    sempre o amor
    sempre as palavras
    e sempre hasteadas...

    ResponderEliminar
  4. Para alcançar o azul...
    por vezes é preciso esforço...

    Bom fim de semana

    ResponderEliminar
  5. Muito bom poema! Hastear palavras pode ser vital. Apesar do vento que as possa levar, também mudam tudo, porque hasteá-las tem consequências.

    Obrigada! :)

    E um bom fim-de-semana...

    ResponderEliminar
  6. hasteio-te palavras como bandeira
    uma oferta de paz, meu amor!
    numa troca de verbos com sabor
    quisera eu fosse para a vida inteira


    um abraço, filipe
    luísa

    ResponderEliminar
  7. hastear palavras é uma coisa que fazes muito bem!



    beijo.

    ResponderEliminar
  8. Na simultânea impossibilidade de dizer e de calar, as palavras são a "nossa condenação e a nossa salvação".
    Hasteemo-las, então!

    ResponderEliminar
  9. Hastear as palavras como bandeiras.
    Bom poema. Um abraço.

    ResponderEliminar
  10. palavras-bandeira em que ardemos...

    belas. as tuas.

    abraço

    ResponderEliminar
  11. Nunca deixes afundar as tuas palavras e leva a jangada a bom porto, meu caro.
    Boa semana.

    ResponderEliminar
  12. Belissimo poema.
    Obrigado por este precioso momento

    ResponderEliminar
  13. Palavras...é preciso levá-las ao fogo e soprá-las pacientemente. É preciso que falem, vibrem como um sino. Deixá-las marcar a pele do papel, como um sol ou uma cicatriz...não deixar que cessem de se mostrar.

    Beijo

    ResponderEliminar
  14. Sempre as palavras e as águas que rebentam, lúbricas, nas falésias.

    ResponderEliminar
  15. As palavras são pedra, são espuma.
    Elas, lanças!
    Abç

    ResponderEliminar