Por vezes luz
na substancia da espuma
mas só quando rebenta
nas falésias
se torna azul
Não somos nós
são as palavras
Por vezes acontecem
deuses residuais
secretos predadores
das mais íntimas claridades
a fazerem ninhos
no ouvido dos búzios
Andam por aí
a segredar nas águas
Por vezes na minha jangada
disponível para os lábios
reuno algumas claridades
soletro
entrego-me quase legível
só para te espantar florida
de pequenos nadas
Por vezes rebentamos
nas falésias
espuma e jangada
só para hastearmos palavras
Hasteadas as palavras e a minha alma lavada. Estava mesmo a precisar desse poema. Obrigada Mar Arável por mais esta navegação.
ResponderEliminartão bonito!
ResponderEliminareste escorrer do seu mar...de palavras
fique bem.
o meu "dolce fare niente" começa hoje ~~~~
um grande sorriso :)
Por vezes luz
ResponderEliminarpor vezes água
por vezes pedras
sempre o amor
sempre as palavras
e sempre hasteadas...
Para alcançar o azul...
ResponderEliminarpor vezes é preciso esforço...
Bom fim de semana
Muito bom poema! Hastear palavras pode ser vital. Apesar do vento que as possa levar, também mudam tudo, porque hasteá-las tem consequências.
ResponderEliminarObrigada! :)
E um bom fim-de-semana...
hasteio-te palavras como bandeira
ResponderEliminaruma oferta de paz, meu amor!
numa troca de verbos com sabor
quisera eu fosse para a vida inteira
um abraço, filipe
luísa
hastear palavras é uma coisa que fazes muito bem!
ResponderEliminarbeijo.
Na simultânea impossibilidade de dizer e de calar, as palavras são a "nossa condenação e a nossa salvação".
ResponderEliminarHasteemo-las, então!
Das ondas, o murmúrio e o grito
ResponderEliminarHastear as palavras como bandeiras.
ResponderEliminarBom poema. Um abraço.
palavras-bandeira em que ardemos...
ResponderEliminarbelas. as tuas.
abraço
Nunca deixes afundar as tuas palavras e leva a jangada a bom porto, meu caro.
ResponderEliminarBoa semana.
Belissimo poema.
ResponderEliminarObrigado por este precioso momento
Palavras...é preciso levá-las ao fogo e soprá-las pacientemente. É preciso que falem, vibrem como um sino. Deixá-las marcar a pele do papel, como um sol ou uma cicatriz...não deixar que cessem de se mostrar.
ResponderEliminarBeijo
Sempre as palavras e as águas que rebentam, lúbricas, nas falésias.
ResponderEliminarAs palavras são pedra, são espuma.
ResponderEliminarElas, lanças!
Abç