domingo, 17 de fevereiro de 2008

OUTROS AMANHÃS



O sangue mordido
pulsa nas marés
conforme as noites
ancoradas na cidade
e os barcos soltos
no chão das escarpas
desalinham adormecidos
na água
ao sabor dos limos

respiram por guelras

Apesar de tudo cantamos
nesta noite de brumas
sem repouso
sem limites
como o ar que se respira
a si próprio

Hoje despojámo-nos da cidade
para escutar o som
de outras falas
a fímbria do mar
a rasgar-se em clarões
de espumas

outros amanhãs

15 comentários:

  1. Este mar, que é arável, dá-me paz
    e ensina-me a respirar por guelras
    enquanto espero outros amanhãs

    Beijos

    ResponderEliminar
  2. outros amanhãs também me levam, sempre, para o mar, onde as vagas, uma a uma, se vão enchendo de espuma, beijando as areias que me enrolam...
    beijinhos

    ResponderEliminar
  3. criar outros amanhãs com clarões de espuma leva-nos a invadir o mar...lindo texto

    ResponderEliminar
  4. quiseste.nos assim

    ó mar!

    vogando
    em
    clarões

    de espumas?

    Não

    entre algas
    e
    sereias
    vulgares

    como nós



    .
    um beijo

    ResponderEliminar
  5. O mar é eterno, não os peixes.
    E não temos tempo para amanhã... Hoje queríamos hoje!!!
    (nós, o peixe miúdo)
    Abç

    ResponderEliminar
  6. Também eu fiquei com vontade de "adormecer na água ao sabor dos limos" e acordar já nos "outros amanhãs".
    Boa semana

    ResponderEliminar
  7. "a rasgar-se em clarões
    de espumas..."

    excelente, Poeta!

    abraços

    ResponderEliminar
  8. "Outros amanhãs" tão necessários hoje...


    Um abraço*

    ResponderEliminar
  9. a saber

    da outra vida

    possível

    a partir

    das marés

    nuas



    .beijO

    ResponderEliminar
  10. outros amanhãs, marés...feitos de espuma, talvez. Feitos de imenso mar de tudo.

    ResponderEliminar
  11. Todos nós
    esperamos
    "outros amanhãs"
    Na cidade
    No mar
    No campo
    No céu...

    Todos nós
    precisamos de
    "outros amanhãs"
    Em qualquer lugar do Mundo!

    princesa

    ResponderEliminar
  12. barcos soltos que respiram por guelras levam-nos a bom porto depois da tempestade

    ResponderEliminar