quarta-feira, 26 de maio de 2021

MAREANTES DO VENTO

 



Crescemos na nudez das pedras

crescemos e desmaiamos
conforme as marés

vertemo-nos líquidos
em caudais de sons
ardidos no sal
no delírio da espuma
por todo o corpo

crescemos na substância das pedras
com asas muito leves

não somos barcos de carregar velas

somos mareantes do vento


eufrázio filipe
(revisitado)


12 comentários:

  1. Sabes? Tenho uma dificuldade enorme em comentar vs opinar sobre poemas.

    Qualquer que seja o poeta, muitos deles estão ali, expostos naquilo que têm de mais belo: a sua intimidade, a sua forma muito própria de ver/sentir a vida.
    Posto isto, Amigo, resta-me curvar perante a delicadeza do teu poema, todo ele feito de "sentires" onde se unem sensualidade e sonho, e matéria no que é etéreo.

    Abraço.

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  2. Somos como cascas de noz em mar encapelado, Caro Poeta.
    Belo poema.
    Um abraço.

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  3. Belíssimo poema!
    O vento que nos suporta e ergue nas suas asas!
    Beijinhos,
    Ailime

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  4. Mareantes do vento são as palavras que escreves porque voam até ao infinito, como se fossem asas em delírio azul.
    Tão belo, meu Amigo!
    Muita saúde.
    Um beijo

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  5. A prova da existência do mar são os mareantes
    _a nomear ventos ondas e tempestades.
    Gosto disso.
    Abraço e boa semana.

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  6. Somos mareantes, desbravando nossos mares, e lutando contra os nossos Adamastores... não carregamos apenas velas... mas sonhos, vontade, destinos...
    Um fabuloso poema, que tão bem descreve a alma lusa... sempre de mão dada com o mar... e a aventura de querer chegar um pouco mais longe...
    Um grande abraço!
    Ana

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