Parti numa folha de papel por mares desnavegados, vales, rios e montes. Sem mapas nem estrêlas a despertar azinhagas e amoras silvestres.
Foi assim que tropecei numa aldeia - casas dispersas, outras geminadas, um café, uma taberna, uma capela, um pelourinho e um apeadeiro de caminho de ferro.
Uma aldeia linda, afagada por canaviais, chorões e o cantarolar de um riacho onde corriam em paz águas cristalinas.
O Café Moderno, no largo do pelourinho exibia um jogo de matraquilhos, seis mesas e um rádio antigo em voz alta.
- Como se chama a vossa aldeia?
- Bemposta. Diz a lenda que uma senhora real, muito bem vestida e triste, visitava aqui um aldeão. Chegava de charrete e partia, nua e sorridente.
O Alexandre é que sabe explicar estas coisas. Deve estar no apeadeiro.
No apeadeiro encontrei o Alexandre - um velho sentado num banco em frente à linha do comboio.
- Velho não, jovem com muita experiência.
Aprendi que a vida tem muitos apeadeiros mas aqui fiquei eternamente livre com uma mulher no coração. Uma santa mulher que me ensinava a contar pelos dedos todos os silêncios e a cantar baixinho para não acordar os pássaros. Uma santa mulher, mais linda que a Bemposta.
Nunca por aqui passou. Foi eu que a inventei.
Na memória essencial sou caçador de relâmpagos e o amigo que faz na vida?
- Sou artesão de metáforas.
eufrázio filipe
texto revisitado
Um belíssimo artesão!
ResponderEliminarHá duas Bempostas no meu percurso: uma não tem apeadeiro, talvez seja a outra...
Beijo
Curioso e nostálgico o clima criado neste texto.
ResponderEliminarBoa Noite.
Qual caçador de relâmpagos, as minhas melhores vivências também fui eu que as inventei. Ando a treinar a área das metáforas.
ResponderEliminarQuando conseguir dominar essa Arte, poderei fundir-me numa só pessoa, tal como vi acontecer aqui.
Caçador e artesão unidos, jamais o sonho será vencido!!
Um abraço, Poeta Trovador.
Como bem diz a Ana, um belíssimo artesão.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Amei sua criatividade! E realmente faz jus à atividade que diz desenvolver. Um artesão de primeira! Abraço.
ResponderEliminarPublicação fabulosa! :)
ResponderEliminar~~
Quero sentir que pertenço à liberdade.
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Beijo e um dia feliz!
Gostei do texto e da imagem!
ResponderEliminarAbraço
Belíssimo texto e imagem que me deliciou e tocou.
ResponderEliminarÉ na verdade um excelente artesão de metáforas e contador de histórias.
Um beijinho e obrigada por este momento.
Ailime
Maravilhoso apiadeiro... É memórias que mesmo inventadas encantam. Beijo
ResponderEliminarFascinada, desci no apeadeiro e fiquei a ouvir o caçador de relâmpagos.
ResponderEliminarBeijo.
Um magnífico texto, muito criativo .
ResponderEliminarGostei da história, do caçador e do artesão.
Bom fim de semana, caro Eufrázio.
Abraço.
Dois encontros, dois mundos, duas potências e nasceu a poesia!
ResponderEliminar:)
Esse recanto soube- a saudades . Mas o apeadeiro trouxe o fascínio das memórias secretas que dormem em cada um de nós .
ResponderEliminarDe mestre, que o é.
E sorri🌷
Beijinho , EF.
Dois carris e uma dúzia de solipas podem ser uma metáfora aventurosa ou escada para subir na vida. Na Bemposta.
ResponderEliminarEu que já viajei para cima e para baixo não o faço com mapa mas com intenção, depois de andar perdido. E aqui caí, neste mar arável, onde existe um Senhor que numa simples folha faz sempre uma circum navegação. Sempre com bons ventos. Excelente.
Abraço.
"navegar é preciso...", nem que seja à memória.
ResponderEliminarBoa tarde
bravo desejo felizes festas bjs saude
ResponderEliminarArtesão de metáforas. Caçador de relâmpagos. És assim. E encontraste o teu chão onde o teu caderno de poeta te reconhece...
ResponderEliminarContinua a cuidar-te, meu Amigo.
Uma boa semana.
Um beijo.
Adorei.
ResponderEliminarE sim é um auténtico.
Artesão de matáforas.
Cuide-se
Beijinhos
:)
Artesão e (re)inventor de metáforas.
ResponderEliminarGrande abraço Amigo.
Tudo o que inventamos é absolutamente real
ResponderEliminarFabuloso!!
ResponderEliminarParabéns, senhor «artesão de metáforas»!
Beijo.