domingo, 26 de abril de 2020

NÃO SE AJOELHAM OS BARCOS






No largo da minha rua
lá onde a lonjura
desponta torvelinhos

à flor das águas
resistem maduras
"as vinhas da ira"

agigantam-se a dardejar
memórias ventos relâmpagos

No largo da minha rua
chove na boca das sementes

não se ajoelham os barcos
nem os barqueiros


eufrázio filipe
"Chão de marés"


18 comentários:

  1. O largo da tua rua está sempre de pé como a poesia.

    Abraços de Abril

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  2. Simplesmente maravilhoso ler poemas tão fascinantes

    Cumprimentos

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  3. Que os barcos se movimente como as tuas palavras nestes belos poemas.
    Boa semana

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  4. No largo da minha rua
    não muito diferente da tua
    não se vislumbram barcos
    apenas barqueiros
    de pé, nunca de joelhos

    um dia lhes lerei
    da minha janela
    um poema teu

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  5. ... e porque somos um povo voltado para o mar cavamos nas ondas o pão da pescaria...
    Saudações poéticas
    Juvenal Nunes

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  6. A força imensa das palavras do poeta que terminam numa imagem extraordinária:

    «não se ajoelham os barcos
    nem os barqueiros»

    Sou feita dessa massa que o Poeta canta!

    Beijo

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  7. No largo da minha rua
    o sonho vai sem naufragar
    Um abraço,

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  8. N'"As vinhas da ira" despontam uvas do nosso contentamento. Não as percamos de vista.
    "Não se ajoelham os barcos
    nem os barqueiros" vaticina o Poeta. Sem deserções até que se vença o caminho, digo eu.
    Abraço.

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  9. Um poema lindo!
    Ruas com história, verticais.
    Beijinhos,
    Ailime

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  10. De joelhos nunca!
    Abraço, saúde e bom fim de semana

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  11. A vida na nossa rua e sempre exuberante. Os vírus não gostam.
    Abraço.

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  12. Gente com honra, com dignidade...
    Que assim seja, Eufrázio.

    Grande abraço

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  13. De pé sempre!
    Gostei muito! Do poema e dos comentários...
    Beijo.

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