quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

BARCO ENXUTO DE PALAVRAS






No repouso da paisagem
chove na palma das tuas mãos
mas é o uivo do vento
que prolonga o grito
das fomes divididas
na mesma mesa

simplificando

A transfiguração dos sinais
na liturgia dos silêncios
deflagra em voz alta
paraísos improváveis

no corpo de um barco
enxuto de palavras


eufrázio filipe



16 comentários:

  1. Tanta falta faz o grito como o silêncio... Palavras mudas.
    Muito bom.
    Beijo

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  2. Gosto da intimidade e cumplicidade destes silêncios que deflagram paraísos... Bj

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  3. No meio do silêncio ouvem-se gritos dolorosos!

    Abraço

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  4. E barco enxuto de palavras nunca naufraga...
    Caro Eufrázio, um bom resto de semana.
    Abraço.

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  5. As palavras são infinitas diante de uma boa construção de texto. AbraçO!

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  6. É isso...o silêncio costuma gritar na placidez das paisagens...especialmente quando nos toca a alma.
    Bom revisitá-lo neste "mar arável" de versos...

    Beijo,
    Genny

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  7. É no meio do silêncio que as vozes nos ressoam o sentido das palavras.
    Magnífico poema.
    Beijinhos,
    Ailime

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  8. Muito bom. Com o potencial das palavras conterem múltiplas roupagens. Imaginadas. Para mim o real e a miragem convivem no mesmo quadro.
    Imagino:

    O corpo enxuga-se ao vento
    no balancear dos cabelos
    até à exaustão das quilhas
    O silêncio apaziguador vem depois

    Abraço, caro Poeta.


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  9. Palavras para quê se a vida é um barco que balança entre a carestia e a abundância...
    Saudações poéticas
    Juvenal Nunes

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  10. E no silêncio da alma do poeta, soltaram-se as palavras, que suavemente vieram encantar o meu coração.
    Maravilhoso poema
    Beijinhos

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  11. Mas é o uivo do vento
    que prolonga o grito
    das fomes divididas
    na mesma mesa



    Fiquei sem palavras.
    Abraço e bom fim de semana

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  12. Na liturgia dos silêncios consigo ouvir as palavras de um inesperado sossego, a prolongar gritos e sinais…
    Uma boa semana, meu Amigo.
    Um beijo.

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  13. Eu fico deliciada com o silêncio da minha barca.
    Fico envolta num mundo de magia só meu.
    Sorrisos de luz.
    Megy Maia

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  14. Cabe a cada um de nós abreviar os paraísos e torná-los prováveis.
    _ e navegar ao sabor do vento.

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