Muito antes da casa
aqui passava um rio de pomares
nas margens
cohabitavam romãs
que ainda hoje
projectam na água
o corpo que lhes dá forma
resistem
Simplificando
Aqui nas paredes da casa
onde passa um rio
não há romãs
mas de tão desejadas
existem vermelhas
repartem-se como pão
bago a bago
nos nossos lábios
e assim aprendemos
que os nossos "milagres"
são fáceis de explicar
eufrázio filipe
Belo, poeta
ResponderEliminarmas...
Os nossos milagres
jazem mortos
vivos, só
na boca dos outros
até ao dia da ressurreição das romãs
Assim fossem todos os milagres!
ResponderEliminarAbraço
Basta acreditar....Belo poema.
ResponderEliminarBeijo
o desejo pelas nossas raízes!
ResponderEliminarE são belos esses milagres nas metáforas poetizadas.
ResponderEliminarUm beijinho,
Ailime
Belo é o teu canto, Poeta, pois dele se avista muito mais que grafismo e geografia do som. Impressos.
ResponderEliminar¿o que importa mais,
o corpo ou a projecção?
se bago a bago os lábios
operarem o milagre vermelho,
sem fractura, dique ou arranhão,
o rio fluirá generoso,
por mais deserto que seja o chão
o que mais importa é a cor
da coragem da romã,
corpo e projecção
Abraço.
O milagre da poesia será sempre inexplicável! e ainda bem...
ResponderEliminarA própria romã já é um portentoso milagre da natureza
ResponderEliminarque resiste há milénios...
Aqui semeando milagres vermelhos...
Beijo
~~~
Bago a bago repartes as palavras como se fossem romãs. Já lhes sinto o gosto...
ResponderEliminarMuito belo, o teu poema meu Amigo.
Um beijo.
Caro Eufrázio Filipe gostei deste seu poema. Terá sido pelas romãs vermelhas?
ResponderEliminarÓtimo final de semana.
Um abraço.
ResponderEliminarAi, as Romãs!
Já tinha saudades delas, aqui, sabe?
Acontecem milagres todos os dias
dos quais nem damos conta, e esses
de que fala podem muito bem acontecer
e deleitarmo-nos com os saborosos
bagos.
Abraço
Olinda
Acredito em milagres.
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