terça-feira, 8 de janeiro de 2019

ATEAR AS ÁGUAS





De  tanto ver pátrias movediças
começo a ter saudade
das minhas verdades improváveis

pássaros pétalas e asas
a dardejar nos mastros

o tempo em arritmia
contado pelos dedos
em voz alta

esculpido nas pedras
povoado de sons
quase poema

Onde a luz se afoga
basta um sopro
na constelação dos azuis

para atear as águas


eufrázio filipe

( Chão de marés)

11 comentários:

  1. Muito bonito:))

    Bjos
    Votos de uma óptima Terça- Feira.

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  2. Parabéns, poeta, por este poema sublime!
    Excelente para primeiro do novo ano.
    Abraço.
    (Vou reler o poema e admirar o bailado...)

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  3. Acho que muita gente tem saudades das suas verdades improváveis...
    Poema que, para mim, espelha bem a dor que isso causa.
    Boa semana!

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  4. Um poema magnífico.
    Que o chão nunca nos falte.
    Beijinhos,
    Ailime

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  5. Mais um poema para ler e reler, devagar, para entender porque as águas se ateiam...
    Bom ano, muita poesia.
    Bjs.

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  6. E triste «ver pátrias movediças»...
    Ateemos as águas!
    Bj ~~~

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  7. Eram verdades improváveis...
    Mas os barcos não aguentam as tibornas das aguas!
    Belo poema , EF
    Beijinho

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  8. Belo poema apesar das pátrias movediças ou por isso mesmo!

    Abraço

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  9. Muito boa a propositura.
    O Poeta lança a semente da verdade,
    em morfologia e estética distintas, erigido o templo da Poesia
    onde os fiéis se acolhem.

    As águas fervem
    na pendular cadência das ondas
    onde gente se salva onde gente
    se afoga.
    Por entre a espuma
    que se faz e desfaz
    uma mão acena uma verdade.
    Que verdade?

    Abraço.

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