quarta-feira, 29 de novembro de 2017

TUDO SE MOVE





Com tantos mares desnavegados
começámos a desbravar
caminhos repetidos
quase perfeitos
o fulgor das velas no cais

na verdade
já tínhamos nascido
desnascido quase tudo

quase tudo
porque ainda hoje
nas nossas veias
os rios correm para o mar
a chuva cai dos céus
movimenta-se
a memória das pedras

águas ventos cumplicidades
num abraço de limos

tudo se move
mas "sem a claridade dos pássaros
o poema não voa"


Eufrázio Filipe


18 comentários:

  1. Tudo se move, tudo se agita, mas para escrever bela poesia há que ter talento e sentimento a pulsar nas veias.
    Mais um Poema que faz pensar e onde a metáfora voa; livre!!

    Beijos, Poeta.

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  2. Mas o poema voa.... porque tudo fluí...
    Gostei muito...
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. Belíssimo poema! Me fez viajar aqui. "sem a claridade dos pássaros
    o poema não voa"

    lindo!

    Um abraço

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  4. "... só se lembra dos caminhos velhos, quem tem saudades da terra..."
    Abraço

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  5. rio das ruas e levo-as com o rio ao mar, rio de rir, rio do seixal que não é rio nem mar, rio de mim, rio de ti, rio das águas, morro a rir e afogo-me porque não me agarrarei ao pedaço de cortiça que é marcelo.
    um abraço a quem ousou tentar arar o estuário, sim, porque o mar não é coisa que se are - ar que me deu, amigo, desculpa lá!

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  6. Há algo que teima em não cumprir o seu desígnio, qual destino manipulado na sombra.

    Grande abraço

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  7. A tua poesia acerta
    no tempo e na altura
    Povoas-nos o ouvido
    de pautas de espanto

    Até as nebulosas
    pairam paradas nos mares
    Esperam "caminhos perfeitos"
    por arar?

    Abraço.

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  8. Teu poema tem força, tudo anda, tudo muda, nada fica.
    Um bom domingo
    bj

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  9. O poema voa leve como os passaros... acima de nos, so as rimas...

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  10. Os teus poemas têm asas. O verso e o reverso do teu imaginário que nos cativa.
    Uma boa semana, meu Amigo. Um beijo.

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  11. Nas velas se escrevem poemas de asas brancas.

    Beijos.

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  12. Voa sim, numa cadência magnífica.
    Belíssimo poema.
    Beijinhos,
    Ailime

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