quinta-feira, 13 de julho de 2017

MAR DE COLHEITAS





Chamo-te
para deixares nas areias
um beijo côncavo
mas tu permaneces
até a memória arder
os últimos barcos
e as algas discernirem
de olhos fechados
todos os ritmos das marés

chamo-te
para uma cama impoluta
onde se ateia o fogo
convergem todos os azuis
o cântico dos náufragos
mas tu permaneces
num grito de alvorada
incandescente flor
mar de colheitas

Eufrázio Filipe



17 comentários:

  1. Caro Eufrázio Filipe gostei do seu poema,com sua bela construção poética. Parabéns.
    Um abraço.
    Pedro

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  2. O poeta canta a espuma
    num mar farto de poesia.

    Se o mar é campo propício
    porque não hão-de as promessas
    florir do fim ao princípio?

    Abraço.

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  3. É preciso saber chamar, para poder colher... o mar é sempre o cupido...

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  4. Ah, a força desse "mas". Impede a concretização dos anseios do poeta. Entretanto acredito que ele guarda em si a força e a constância do mar, que incansável beija a praia, avançando sempre em forma de marés. Ele não desistirá nunca...

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  5. se o chamamento foi feito
    novos ventos se levantam...

    bom final de semana

    :)

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  6. O "mas" com que a Vida nos responde... Mas, apesar do "Mas", não desistimos...
    Belo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  7. Na areia só mesmo um beijo côncavo.
    Belo poema.

    Abraço fraterno

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  8. É bom recolhermo-nos em nós e adivinharmos os ritmos
    das marés, daquilo que vem e que vai, enquanto os sons
    das ondas nos embalam ou nos despertam do nosso marasmo.

    Abraço

    Olinda

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  9. Porque as ondas nos acenam com várias chamadas
    assim será o cântico dos olhos.
    Beijo EF.

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  10. Chamaste e o teu regaço ganhou o som de um grito da alvorada e todos os cheiros da maré-cheia... Poema lindíssimo, meu Amigo.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  11. "...incandescente flor
    mar de colheitas"
    Isso é lindo, Eufrázio.

    Abraço

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  12. Ninguém pode resistir a um chamamento com esta força e desvelo. O amor na mais profícua "colheita".
    Sempre ardente, a tua poesia.
    Bj

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