quinta-feira, 27 de abril de 2017

O FULGOR DO PORVIR





Nem o mar sabia
entardecer
numa folha de papel

esculpir em síntese
a tua nudez

nem o mar sabia responder
a tanto azul
nem eu sabia que tardavas
mas chegavas
chegavas chegavas
nunca mais acabavas de chegar
a tempo de plantar
uma árvore
que se desnudasse
folha a folha

nem tu sabias senhora
neste deserto
a sede do entardecer

o fulgor do porvir

Eufrázio Filipe
(a publicar na próxima colectânea)


20 comentários:

  1. Bom dia caro EF, o teu poema toca a melodia delicada dos eternos amantes da Liberdade.
    O povo sem restrições bebeu
    em comunhão e foi tocado
    nas praças deste país
    de "uma febre a arder"
    que o incendiou de esperança

    Abraço.

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  2. O fulgor do devir vai-se desnudando folha a folha.
    Muito leve, fluente e ávido - como a sede.

    Beijinho, Filipe.

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  3. Que belo poema, essas lindas palavras nos sensibilizam. Muito sucesso pra vc!!!

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  4. Lindo.
    Ninguém sabia, excepto o poeta...
    Um abraço e bom fim de semana

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  5. O que seria de nós se pudéssemos ter a certeza do que há por vir? Abraços. Bom final de semana.

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  6. Tocante e muito belo, EF.
    Esperemos mais fulgor...
    Bj ~~~

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  7. por vezes não sabiam ....mas sabiam

    e Maio já aí está ao virar da página

    Bom fim-de-semana

    Beijinhos

    :)

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  8. Ninguém sabe... mas quando chega, respira-se profundamente e sente-se as cores...
    Lindo..
    Beijos e abraços~
    Marta

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  9. O Mar não sabia mas bastou-lhe a tua poesia e ficou a saber que o futuro viria.
    Abraço fraterno poeta

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  10. Há sempre alguém...

    Sentido 1º de Maio.

    A rosa segue dentro em breve. :)

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  11. sentia-se... sem saber
    quando seria o amanhecer
    quanto (a)mar haveria de despertar.
    e a árvore cresceu...
    mais um muito bom poema.
    abraço

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  12. Pode ser que ninguém soubesse, mas o incêndio propagou-se a todos os que acreditam na liberdade. A sede? vamos procurando a fonte...
    Belíssimo poema, meu Amigo.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  13. Bom dia, a mar é parte da natureza que sabe repor o que faz falta, o fulgor do porvir está excelente.
    AG

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  14. É belíssimo este poema; lê-se como sede de água...
    Bjo, amigo :)

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