Quando foi urgente criar um deus
as uvas ainda não estavam maduras
no corpo das videiras
inocente subiste ao púlpito
das vinhas decepadas
improvisaste um sermão
ergueste o cálice
e a companha exausta aprendeu
que nada é perfeitamente inútil
após as vindimas
bebemos do mesmo vinho
foi quando enfunaste as velas
começaste a despontar relâmpagos
nos mastros mais altos
afloraste o chão com um beijo
partiste sem destino
por sobre as águas revoltas
à pergunta de outros mares
Eufrázio Filipe
"Chão de Claridades" editora Lua de Marfim
18 comentários:
Boa noite.Eufrázio Filipe.
Gostei do seu poema, À pergunta de outros mares. Parabéns.
Um abraço. Pedro.
Poeta,
quando a pergunta
significa procura
há que ir
como em outras alturas
soubemos ir
Bom dia
Poema muito bonito!Adorei
Beijinhos
As vinhas da desilusão...
e de outro chão, o apelo.
Mto. bom o poema
Abraço
também gostei muito!
Em busca de outras vivências, em busca de coisas por descobrir
para o enriquecimento de quem não se contenta com pouco. Mente aberta
e coração ao alto.
Abraço
Olinda
A memória subiu ao palco, mas desceu para subir mais alto.
Um poema a abrir caminhos.
Beijinho, Filipe.
Tenho dificuldade em comentar poesia. Mas não tenho dificuldade em gostar de boa poesia. E gosto do seu poema.
Um abraço
A dúvida nos leva a outros mares.
Seu poema é lindo!
Bjs
Tu o disseste:
- "Nada é perfeitamente inútil"!
E, se inútil a inútil se juntarem todos os inúteis num perfeito completo feito, num mar de palavras escritas e lavradas e semeadas de belo..., isso não é o céu?
Abraço.
E que venham as respostas...
Como será partir "à pergunta de outros mares"?
Belo poema. Foto perfeita.
Abraço.
Provar o vinho. Partilhar a cumplicidade da procura de outros mares...
Excelente, meu Amigo.
Uma boa semana.
Um beijo.
A eterna necessidade da procura, de enfunar as velas e partir em busca de outros mares.
Belo e profundo o teu poema.
Abraço.
Os céus as florestas os ''Mares'
Infinitos Silenciosas Desconhecidos
e sempre 'as perguntas..."
abraço Eufrázio
Brindemos ao deus do poeta.
Nele, as palavras procuram-se e encontram-se, questionam e respondem.
Um poema com a tua marca inconfundível.
Bjo, amigo
A eterna procura...
Belo, como sempre!
Beijo
Maravilhoso!
bj
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